29 de mai. de 2020

Literatura do Rio Grande do Sul - Romance de 30

Romance de 30

Autores do romance de 30 gaúchos foram Érico Veríssimo (1905-1975), Dyonélio Machado (1895-1985) e Cyro Martins (1908-1995).


Chama-se de romance de 30 ou neorrealismo, a produção ficcional brasileira de inspiração realista produzida a partir de 1928 com o acréscimo do regionalismo e das conquistas modernistas de introspecção e liberdade linguística. 
As características comuns aos romances de 30 são a verossimilhança, o retrato direto da realidade em seus elementos históricos e sociais, a linearidade narrativa, a tipificação social (indivíduos que representam classes sociais) 
Em função do predomínio da temática rural, generalizou-se também o conceito de romance regionalista para indicar os relatos da época, apesar de alguns romances urbanos fazerem parte do mesmo período.

Autores do romance de 30 gaúchos foram:

Érico Veríssimo (1905-1975) - A obra mais importante deste período é, sem dúvida, a trilogia O Tempo e o Vento.
É uma série literária de romances históricos,que resgata duzentos anos da história do Rio Grande do Sul, dividido em O Continente (1949), O Retrato (1951) e O Arquipélago (1961), o romance conta uma parte da história do Brasil vista a partir do Sul - da ocupação do "Continente de São Pedro" (1745) até 1945 (fim do Estado Novo), através da saga das famílias Terra e Cambará. É considerada por muitos a obra definitiva do estado do Rio Grande do Sul e uma das mais importantes do Brasil. 


Dyonélio Machado (1895-1985)- Escrito em 1935, a pedido do amigo Érico Veríssimo – que o queria participando de um concurso literário que ele acabaria vencendo, o prêmio Machado Assis de Literatura. Os ratos narra a trajetória de um dia de angústia e desespero do servidor público Naziazeno. Considerada obra-prima, o romance tem 28 capítulos, retratando em sua obra os aspectos sociais e a dimensão subjetiva de maneira equilibrada, alterna o ponto de vista sobre a sociedade e a narrativa psicológica para analisar a vida de personagens pobres no interior do Brasil.


Cyro Martins (1908-1995)- Deixou sua marca na literatura gaúcha com a Trilogia do gaúcho a pé e também foi um intelectual de referência no desenvolvimento da psicanálise no Rio Grande do Sul.
A chamada trilogia do gaúcho a pé, concluída com este romance, tem sido lida como documento de uma época, porque descreve, situa e analisa o processo da marginalização do gaúcho pobre e o êxodo dos habitantes da campanha riograndense para a cidade, sob o impacto da modernização na primeira metade do século XX.


 "No Sul, por exemplo, enquanto Cyro Martins, Pedro Wayne, Aureliano de Figueiredo Pinto e Ivan Pedro Martins denunciavam as condições sociais na região da Campanha, Erico propunha uma nova pauta: a formação das classes dirigentes e os meios pelos quais elas acessaram o poder"

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