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10 de jan. de 2022

vídeo - Artista Plástico Freddy Sorribas faz homenagem a Erico Verissimo em 1993

Vídeo de Freddy Sorribas na Biblioteca Erico Verissimo CCMQ

 


Anualmente a Biblioteca Erico Verissimo mantinha atividades voltadas para a divulgação das obras de seu patrono. Naquele ano de 1993, foram organizadas programações durante a semana como forma de dar destaque a sua obra literária. Uma delas foi à execução de uma obra pictórica relativa à literatura de Erico Verissimo. Essa obra foi executada nos dias 17 e 18 de dezembro, no espaço interno da Biblioteca, onde ficou exposta até o ano de 2020.





Freddy Enrique Sorribas Crespi (1948 -2017) foi um artista Uruguaio.
Começou a estudar pintura em 1957 e teve a oportunidade de ter aulas com Américo Sposito e Carlos Llanos e a partir desse momento continuou a desenvolver-se como artista, onde utilizou cores fortes e poderosas, bem como o intenso sentimento pessoal sobre elas.
Reconhecido por seus trabalhos, é considerado um artista que desenvolveu suas técnicas de precisão e vigor, além de sua expressão de liberdade. Sua carreira foi premiada em diversos locais como Porto Alegre, Nova York, Buenos Aires e também em Acapulco.




23 de set. de 2020

Pronunciamento do Deputado Estadual Ruy Carlos Ostermann, autor do projeto de lei nº23/83, que deu nome à Casa de Cultura Mario Quintana ao ex-Majestic Hotel.

 Dia 28 de junho de 1983 na Assembleia Legislativa.


"Sr. Presidente, Srs. Deputados:


Nesta casa se presta, neste momento, a homenagem talvez estranha mas indispensável à poesia.

Em tempo de extrema dificuldade para a articulação até mesmo das frases, em tempo de extrema penúria para o conteúdo das frases, em tempo de silêncios, em tempo em que a palavra não se ouve e ela se cala, me parece que lembrar que um prédio, da mais bonita e saudosa arquitetura de Porto Alegre, o ex-majestic Hotel, seja agora transformado em Casa de Cultura e que por iniciativa de um Projeto de Lei desta Casa possa esta Casa de Cultura denominar-se 'Mario Quintana', eu penso que se está, sob muitas formas, agradecendo, retribuindo, devolvendo de algum modo a alegria, a justeza da frase, a capacidade de embevecimento e, sem dúvida, os valores morais, estéticos e de humanidade de um Poeta.

Esta Casa tem se caracterizado pela defesa intransigente de fatos imediatos, dolorosos, cruéis e contundentes. Poucas vezes ela pôde, no entanto, demorar-se numa atitude, talvez, até surpreendente, para abrigar, na generosidade, a um Poeta e designar-lhe então um lugar na cidade, na cidade que ele sempre amou, que ele soube amar nos seus desvios, nas suas esquinas, que ele soube, sobretudo, amar na sua paisagem humana.

Este homem que solidariamente, durante algum tempo, justificou quase que a preservação do ex-Majestic Hotel, esse homem que transitava solitário por aqueles arredores e que lá, certamente escreveu algumas das páginas, alguns dos versos que hão de ficar na memória, na sensibilidade brasileira, está a merecer hoje, nesta Casa - e estou fazendo o encaminhamento da votação - um gesto que eu entendo que é de todos nós, pela forma unânime com que foi acolhido pelos pareceres favoráveis que recebeu, nós estamos finalmente dando de volta, não com a generosidade e nem com a grandeza do Poeta, mas com, enfim, a nossa possibilidade politica, estamos dando de volta alguma coisa desta ampla, indiscutível, admirável, contínua doação ás pessoas, que é a poesia de Mario Quintana.

Penso que assim se faz uma pequena justificativa e com isso se justifica o Projeto, que ora encaminhamos".

A cerimônia de votação, apresentação, pareceres, discursos e leituras foi assistida por grande número de pessoas e, principalmente, por Mario Quintana. Após a aprovação, ovacionada por todos, o Poeta subiu à tribuna para um breve e emocionado pronunciamento que a todos comoveu:

“Aqui estão todas as correntes reunidas em torno da poesia, e é em nome da poesia que agradeço aos senhores”.

 

·        KOSLOWSKY SILVA, Liana. Majestic Hotel – Memórias de um Monumento, v46, p114-115 - 1992


17 de jun. de 2020

Escritoras Gaúchas - Dicas de leitura

Cíntia Moscovich  - Nasceu em Porto Alegre é uma escritora e jornalista, mestre em Teoria Literária e ministrante de oficinas literárias.
👉Em setembro de 2004, lançou 'Arquitetura do arco-íris', reúne 10 contos inéditos, que têm como eixo central o cuidado com a linguagem e o apuro técnico.

Com temáticas variadas, alguns contos desta obra giram em torno da vivência no bairro judeu do Bom Fim, em Porto Alegre - que poderia ser qualquer bairro judeu em qualquer cidade do mundo. Dividido em duas partes, o livro é marcado pela variedade, com diversas situações ligadas a extremos da vida. Transcendendo as marcas de sua origem, a autora experimenta narradores diversos em momentos igualmente diversos - ali está a jovem que sai de casa após a morte do pai para viver uma situação de estranheza.A obra mereceu o terceiro lugar na categoria de contos e crônicas do Prêmio Jabuti de Literatura, além de ser uma das dez finalistas ao Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, e uma das três finalistas à primeira edição do Prêmio Bravo! Prime de Cultura de 2005.

👉Essa Coisa Brilhante que é a Chuva,recebeu o Prêmio Portugal Telecom na categoria conto e o Prêmio Clarice Lispector da Fundação Biblioteca Nacional. O volume que reúne contos inéditos escritos ao longo de seis anos e que teve o patrocínio de Petrobras Cultural e do Ministério da Cultura. Com muita originalidade e impressionante sensibilidade, Cíntia Moscovich aborda temas corriqueiros e inevitáveis: o ciúme do filho pela mãe, a adoção de um cachorro abandonado, um jovem casal às voltas com uma reforma na casa. Valendo-se de muito humor — e da tragédia sempre correspondente —, a autora conseguiu uma reunião de contos tão coesos, e tão divertidos, que mais parecem uma só narrativa, tornando a leitura uma experiência única. Segundo Fabrício Carpinejar, que assina a orelha do volume, “Esse livro é um retrato antológico de Cíntia Moscovich. É quando a gente sabe com quem a gente está falando: estou conversando com o tempo. Estou conversando com o futuro. Estou conversando com o Manual de Literatura de meu neto. Estou conversando com um clássico. 


Letícia Wierzchowski, nasceu em Porto Alegre, é uma escritora brasileira e roteirista, mais conhecida como a autora de A Casa das Sete Mulheres.







👉A Casa das Sete Mulheres (lançado em abril de 2002 pela Editora Record, 511 páginas) narra a história de sete gaúchas da família de Bento Gonçalves, que durante a Revolução Farroupilha ficaram confinadas por dez anos à espera do desfecho do conflito. O livro é um romance histórico que mescla realidade e ficção, resultado de uma pesquisa detalhada realizada pela autora à procura de acontecimentos reais da vida dessas mulheres.
O livro levou à produção de uma minissérie com o mesmo nome, exibida pela Rede Globo no ano seguinte do lançamento do livro. A minissérie impulsionou suas vendas, que passaram de menos de 13 mil exemplares para mais de 30 mil em apenas três semanas.
👉Travessia: A história de amor de Anita e Giuseppe Garibaldi - O aguardado desfecho da saga A casa das sete mulheres. Giuseppe e Anita Garibaldi viveram e lutaram em três países diferentes: no sul do Brasil, à época da Revolução Farroupilha, em Montevidéu, no cerco de Rosas, e na unificação da Itália. Apaixonados um pelo outro, Giuseppe e Anita foram verdadeiros amantes da liberdade. Tudo está aqui neste livro: as grandes batalhas históricas e as pequenas batalhas do dia a dia. Todos os fãs de A casa das sete mulheres, romance que virou série de TV e já foi publicado em vários países, agora têm o prazer de reencontrar a prosa de Leticia Wierzchowski, autora que domina com maestria a narrativa do romance histórico.

Martha Medeiros Nasceu em Porto Alegre, é uma escritora, aforista, cronista, romancista e poetisa brasileira. É conhecida como uma das melhores cronistas brasileiras. Entre suas obras mais conhecidas estão Divã, Doidas e Santas e Feliz Por Nada. Seus livros já ultrapassaram a marca de 1 milhão de exemplares vendidos. Conquistou o Brasil com seus textos, publicados em jornais de repercussão nacional, sites e livros que se transformaram em best-sellers.
👉Mercedes é mulher madura, bem-sucedida e inquieta que decide desafiar sua vida pacata de professora de matemática, esposa e mãe para deitar-se no no divã. Ou melhor: jogar-se! Quem é ela? O que ela quer? Qual o valor da vida que construiu até aqui? Prepare-se para uma leitura ao mesmo tempo trágica, cômica, perturbadora e enternecedora pois "nada é simples quando a gente sai à caça da própria alma".




👉Doidas e Santas reúne cem crônicas que falam direto ao coração de suas leitoras e seus leitores. Martha expõe os anseios de sua geração e de sua época,  as alegrias e as desilusões, os dramas e as delícias da vida adulta, as neuroses da vida urbana, o prazer que se esconde no dia-a-dia, o poder transformador do afeto, os mistérios da maternidade, enfim, o cotidiano de cada um de nós tornou-se o principal tema da autora. Martha Medeiros tem para tudo um olhar, uma reflexão e uma reação fresca, nova. Sempre terna e indignada, amantíssima da cultura contemporânea e dona de um imbatível senso de humor, em suas crônicas – assim como em sua poesia – Martha torna, para todos nós e com muita destreza, mais palatável o imponderável da vida.
👉Feliz por nada é livro de crônicas e com singeleza e olhar arguto para o cotidiano que a escritora ilumina algumas das questões mais urgentes do século XXI, falando aos leitores com a sinceridade de um amigo e materializa as angústias e os anseios da sociedade pós-tudo, que vive acuada sob o grande limitador do tempo. Nesta coletânea de mais de oitenta crônicas, Martha Medeiros aborda temas muito diversos e ao mesmo tempo muito próximos do leitor. "Feliz por nada", afirma Martha Medeiros, é fazer a opção por uma vida conscientemente vivida, mais leve, mas nem por isso menos visceral.


Autoras gaúchas para conhecer:


Luisa Geisler - A escritora gaúcha venceu, aos 19 anos, o Prêmio Sesc de Literatura de 2010, na categoria conto, pelo seu livro Contos de Mentira (2010), também finalista do Prêmio Jabuti, no mesmo ano. Em 2011, essa jovem escritora também ganhou o prêmio Jabuti de melhor romance com Quiçá (2011), em 2012, como umas das 20 jovens promessas da literatura nacional pela revista britânica Granta. . Além desses dois livros premiados, publicou Luzes de emergência se acenderão automaticamente (2014). Dentre as escritoras brasileiras contemporâneas, Geisler é uma das poucas que teve grandioso destaque ainda tão jovem e integra a coletânea de contos Heróis Urbanos, ao lado de Rubem Fonseca e Leticia Wierzchowski.

👉Breves histórias que são verdadeiros curtas cinematográficos, cheios de desafios e determinação. Na coletânea Contos de Mentira, as personagens estão em trânsito, suspensas entre um fato e outro, um gesto e outro, uma e outra espera. Dessa suspensão emerge o ser humano sempre solitário, envolto no tempo que passa lentamente sem trazer a possibilidade de redenção ou apenas de acolhimento.

👉A obra Quiçá é protagonizada pelo jovem Arthur, parente do interior, anatematizado pela família, e Clarissa, a solitária prima de 11 anos, boa aluna e boa filha. O primo passa a ser, com o decorrer das semanas, o único olhar a definir e entender Clarissa, ante a discreta desconfiança dos pais da menina, ausentes do seu dia a dia. As cenas fragmentárias do romance revelam vidas descosidas umas das outras: nas relações a dois, nas relações familiares e nas amizades, tudo soa precário. Mesmo a ligação que une Arthur e Clarissa não se dá por inteiro, e alguns segredos desconfortáveis assomam como breves fantasmas ao longo do texto. Uma reunião de Natal, a que toda a família comparece sem vontade, apenas sublinha o esgarçamento do tecido que uma vez os uniu.

👉De certa forma, um relacionamento são duas pessoas que se recusam a desistir uma da outra. Duas pessoas igualmente ferradas, claro. É o que escreve Henrique, ou Ike, em cadernos que carrega consigo para todos os lugares. São cadernos em que fala de seu dia a dia, dos amigos, e de sonhos difusos que ele guarda para o futuro. Henrique mora nos subúrbios de Porto Alegre com os pais, e é um garoto que se considera, em todos os aspectos, uma pessoa normal. Está na faculdade, trabalha num posto de gasolina em meio período, tem uma namorada. Fala pouco, é introspectivo, mas cultiva amizades sólidas. Tudo muda quando seu melhor amigo, Gabriel, bate a cabeça num acidente banal e, pouco tempo depois, é hospitalizado em coma. Após uma cirurgia de emergência, não há muito que fazer por ele, dizem os médicos. Apenas esperar. E Ike, os pais de Gabriel, o irmão mais velho e os amigos aguardam o menor sinal de melhora. É então que, perto do Natal, Ike começa a escrever. São cartas em sequência ao amigo, como uma conversa, onde relata o que se passa na ausência do amigo. Para "quando tu acordar", diz ele. "Queria saber quando tu ia acordar, como tu tá, o que tem acontecido, se tem algo que dê pra fazer", escreve Henrique. As cartas são entremeadas por narrativas curtas, que dão a elas uma dimensão adicional: até que ponto Ike sabe realmente o que acontece à sua volta? O que pensam os outros? Luisa Geisler constrói em "Luzes de emergência se acenderão automaticamente" uma narrativa sutil, às vezes entremeada com um humor desconcertante, em outras com passagens cativantes. Ao compor esse mosaico, a autora desenvolve um romance surpreendente, emocional, sobre as incertezas do amadurecimento.

Taiasmin Ohnmacht é Psicóloga clínica, psicanalista e escritora. Pós-graduada em assessoria linguística e revisão textual (FAPA) e mestre em psicanálise: clínica e cultura (UFRGS). É autora do livro Ela Conta Ele Canta(Cidadela, 2016), em parceria com o poeta Carlos Alberto Soares, e da novela Visite o Decorado (Figura de Linguagem, 2019). Participou da organização do E-BOOK Da Vida Que Resiste – Vivências de Psicólogas(os) Entre a Ditadura e a Democracia (CRP/RS, 2014). Foi relacionada no catálogo Intelectuais Negras Visíveis (Malê, 2017), lançado na FLIP. Publica textos no blog Tintura de Toth(taiasmin.blogspot.com).
➡️Visite o decorado - Vigilância e racismo são os componentes centrais dessa novela que acompanha a mudança de um casal para um condomínio de luxo. Cercados e monitorados por um grande irmão que eles próprios compraram, percebem que o clichê da paz do lar perfeito pode entregar desconfiança e medo constante.
➡️O livro apresenta como entrevistas realizadas com psicólogos do Estado que vivenciam ditadura e apresentam algo sobre o terrorismo do Estado ou sobre ações de resistência ocorridas no período da ditadura civil-militar do Brasil (1964-1985)
Carol Bensimon - é uma escritora e tradutora gaúcha. É formada em Comunicação Social (UFRGS) e tem mestrado em Teoria Literária (PUC-RS) e fez doutorado na Sorbonne Nouvelle em Paris Outra autora a figurar na seleção de jovens talentos da revista Granta, Carol já lançou  Pó de parede (2008),lançado na Argentina  Sinuca embaixo d'água (2009), romance finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria Autor Estreante, e do Prêmio Jabuti de 2010, na categoria Romance;  Todos nós adorávamos caubóis (2013), lançado na Espanha Uma estranha na cidade, reunindo crônicas publicadas em ZH e  em outros blogs. Temas como comportamento, gênero e a vida na cidade atravessam sua obra . 

👉De volta à casa modernista onde cresceu, Alice revive a tragédia que marcou sua adolescência. Em uma pequena cidade, o início de uma misteriosa construção modifica a rotina das irmãs Lina e Titi. Clara, aspirante a escritora, emprega-se em um hotel da serra e transforma-se no Capitão Capivara. Nas três histórias de Pó de parede, as personagem encaram com sarcasmo e delicadeza as suas desilusões, revelando o lado melancólico da juventude.

👉Sinuca embaixo d'água é uma história construída em torno de uma ausência. Sete personagens narram um momento de luto, depois que Antônia, uma garota na casa dos vinte anos, morreu num acidente de automóvel. Boa parte dos episódios transcorre no bar do Polaco. Às margens de um lago, os fundos do bar abrigam um salão de sinuca - metade do estabelecimento fica dentro d'água. O local é frequentado por Camilo, irmão rebelde de Antônia, que tinha uma relação especial com a irmã: entre a adoração e o instinto protetor. Sua principal ocupação é montar e desmontar carros antigos. O tímido e doce Bernardo era colega de faculdade de Antônia, com quem ela mantinha um romance platônico. É ele quem vai esboçar uma investigação sobre o acidente: estaria ela embriagada, transtornada por uma briga passional, fugindo, sendo seguida? Bernardo e Camilo não são os únicos a se ocupar dessa ausência. Polaco, a jornalista Helena, o publicitário Gustavo, o vizinho Lucas e o forasteiro Santiago estão todos ligados, entre si e a Antônia, graças a esse acontecimento trágico, que instaura outro tempo, feito de memória, dificuldade de expressão e necessidade de um novo aprendizado.

👉Cora e Julia não se falam há alguns anos. A intensa relação do tempo da faculdade acabou de uma maneira estranha, com a partida repentina de Julia para Montreal. Cora, pouco depois, matricula-se em um curso de moda em Paris. Em uma noite de inverno do hemisfério norte, as duas retomam contato e decidem se reencontrar em sua terra natal, o extremo sul do Brasil, para enfim realizarem uma viagem de carro há muito planejada. Nas colônias italianas da serra, na paisagem desolada do pampa, em uma cidade-fantasma no coração do Rio Grande do Sul, o convívio das duas garotas vai se enredando a seu passado em comum e seus conflitos particulares: enquanto Cora precisa lidar com o fato de que seu pai, casado com uma mulher muito mais jovem, vai ter um segundo filho, Julia anda às voltas com um ex-namorado americano e um trauma de infância. Todos nós adorávamos caubóis é uma road novel de um tipo peculiar; as personagens vagam como forasteiras na própria terra onde nasceram, tentando compreender sua identidade. Narrada pela bela e deslocada Cora, essa viagem ganha contornos de sarcasmo, pós-feminismo e drama. É uma jornada que acontece para frente e para trás, entre lembranças dos anos 1990, fragmentos da vida em Paris e a promessa de liberdade que as vastas paisagens do sul do país trazem. Um western cuja heroína usa botas Doc Martens.

👉Em seu primeiro livro de não ficção, Carol Bensimon traz textos que colocam em evidência as peculiaridades e as angústias de uma geração que, enquanto aprende a decodificar o mundo, tenta ser compreendida pela que a antecedeu.
Fernanda Bastos é jornalista e escritora. É editora-geral da Figura de Linguagem e também servidora pública estadual. Mestranda em Comunicação e Informação (Fabico), é formada em Letras (Ufrgs). É autora de “Dessa Cor” (Figura de Linguagem, 2018).
👉A estreia de Fernanda Bastos na poesia se dá através de uma obra típica de escritora experiente. Dessa Cor é um livro de dupla articulação: de um lado trata-se de um robusto inventário poético das lutas feministas e da trajetória dos corpos negros no Brasil; de outro, trata-se de uma produção artística de qualidade inegável. Eis uma autora que sabe impor seu projeto estético, sem concessões nem titubeios.
Clara Averbuck - A escritora gaúcha Clara Averbuck, feminista e ativista, detestava a escola e só fez supletivo porque queria fazer faculdade. Cursou Letras e Jornalismo, mas não completou nenhuma das graduações. É uma das escritoras brasileiras contemporâneas que se destacou através da internet. Uma das precursoras da onda dos blogs na internet, imprimiu seu estilo ácido e confessional em livros como Máquina de Pinball(2002), que deu origem ao longa Nome próprio (2007), Das coisas esquecidas atrás da estante (2003) e Vida de gato de 2004  Nossa Senhora da Pequena Morte (2008 – com Eva Uviedo); Cidade Grande no Escuro(2012); Eu Quero Ser Eu (2014). Lançou de forma independente Toureando o diabo(2016 – com Eva Uviedo), que traz mais uma vez a personagem Camila, alter ego da autora, em versão empoderada. Clara foi uma das cinco vencedoras na primeira edição do Prêmio Donna Mulheres que Inspiram.

👉Máquina de pinball é o livro de estreia de Clara Averbuck. Lançado em 2002, conquistou os leitores, virou peça e serviu de inspiração – junto com seus outros livros – para o filme Nome próprio, de Murilo Salles. A escritora visceral, que faz da vida sua obra, que vira personagem e se entrega, direta e ferina, nas páginas e nas telas, tornou-se referência no admirável mundo novo da blogosfera do início do século. Passando o balanço de uma década e esgotadas as primeiras edições, o nome de Clara ainda se impõe como uma de nossas escritoras mais importantes. Esta nova edição de Máquina de pinball - acompanhada pelo relançamento de seus outros livros e ainda por um inédito - traz a literatura de Clara novamente ao público, para conquistar mais uma geração de leitores.
👉Das coisas esquecidas atrás da estante' usa uma linguagem coloquial e cheia de referências pop para falar sobre sexo, drogas, rock e solidão. As histórias de Clara se confundem com as de suas personagens, buscando traduzir a vertiginosa vida urbana e noturna da juventude.
👉Vida de gato' é um livro para quem quase morre de amor e não tem medo de viver de amor. Mesmo rejeitada, a personagem Camila não se entrega. Bebe sozinha no seu bar preferido ou com o amigo Miranda fazendo um tour pelos botecos. Camila sai à procura de seu homem, quer que ele se explique e espera algo mais do homem para quem se entregou. Sem dinheiro, sem casa e sem seu namorado, ela não titubeia. Sabe o que quer e só faz o que quer

Ana dos Santos é professora e contadora de histórias. Formada em Letras, pela UFRGS, é também mestranda em Literatura Brasileira, pela mesma universidade.
➡️ A potência da voz de Ana dos Santos retoma a organicidade da tradição oral. Poerotisa apresenta um conjunto de poemas pensados como um processo de tornar-se mulher, no qual a alusão à natureza reflete os ciclos naturais e obrigatórios do processo de crescimento. Esta obra traz reflexões de uma mulher negra e contemporânea, engajada com a poesia e o mundo que a circunda.
4.
Angélica Freitas - é uma poeta gaúcha, formada em Jornalismo (UFRGS). Participou de antologias nacionais e estrangeiras e publicou os livros Rilke Shake(2007) e um útero é do tamanho de um punho(2013), vencedor do Prêmio da APCA em 2012 e finalista do Prêmio Portugal Telecom em 2013.
👉'Rilke shake', livro de estreia da autora, a situa na família de poetas como Adília Lopes, Paulo Leminski e Cacaso, em cuja obra o humor às vezes escrachado carrega em si uma dimensão trágica, de tristeza, deslocamento e inviabilidade.
👉O livro se tornou um clássico contemporâneo ao refletir, com humor e perspicácia, sobre questões de gênero.O segundo livro de Angélica Freitas, Um útero é do tamanho de um punho (Cosac Naify, 2012), reúne poemas escritos a partir de um tema central: a mulher. Uma das vozes mais destacadas da geração, a autora subverte as imagens absolutamente gastas do que se espera do gênero feminino — anunciadas em capas de revistas e em vitrines de lojas de departamentos —, e joga luz — com inteligência, sagacidade e senso de humor aguçado — sobre o nosso tempo.
Susana Vernieri é uma jornalista, escritora e ensaísta brasileira. Formada em jornalismo pela UFRGS, trabalhou durante 10 anos em jornais de Porto Alegre. Voltou à universidade para fazer o mestrado e em seguida o doutorado em Literatura brasileira.
👉O caminho de Telêmaco, da jornalista Susana Vernieri (Editora Criação Humana – 109 páginas), trabalha os mitos e transporta o leitor para além mar e desembarca em Lisboa, onde encontra Camões e Pessoa e em paisagens da Espanha, onde os personagens de Cervantes se tornam guias.
👉Numa noite de réveillon, dois jovens se conhecem e veem a promessa de amor ser calada pela família. As barreiras erguidas entre os dois geram consequências que vão atravessar os anos e atingir outras pessoas. Em paralelo ao desenrolar dessa trama, presenciamos cenas - fragmentos - de uma jovem que cresce colecionando pequenos desastres amorosos. Desvãos não é uma história tradicional de amor e de vingança, nem de ódio entre duas famílias, embora esses elementos estejam enraizados na novela. Aqui, temos uma narrativa sobre o desvio do amor, os rumos que ele pode tomar e, mais, deixar de seguir, súbito. Há também o elemento cíclico: o que houve vai voltar a ocorrer de novo, em uma espécie de herança de destinos. Os dicionários definem "desvão" como um "espaço entre o telhado e o forro ou por baixo das escadas, onde se guardam trastes". Para Susana Vernieri, os desvãos são emocionais e não arquitetônicos. Em vez de trastes, seus espaços guardam memórias, o passado fracassado que se prefere esconder pelos cantos. Os desvãos: esconderijos das coisas que foram em vão.

Carol Teixeira - Carioca que cresceu no RS, Carol é filósofa, escritora, autora de peças de teatro, DJ, cantora e apresentadora. Estreou um romance com o livro Bitch, que conta a história uma mulher em busca de autoconhecimento com altas doses de erotismo. Carol já publicou também as coletâneas de crônicas e contos De Abismos e Vertigens(2004) e Verdades & Mentiras(2006). Em suas obras, busca perturbar o leitor: “Arte, para mim, é deslocamento. O artista precisa deslocar o leitor, tirá-lo de sua zona de conforto”, disse em entrevista à revista Donna.

👉Um livro sedutor da colunista da revista Vip Carol Teixeira. Bitch narra as histórias de Princess, uma artista plástica de 26 anos que se relaciona com o mundo através da exploração do prazer – intrinsecamente artístico e sexual –, e C., uma escritora sem inibições que está escrevendo um novo romance. Suas trajetórias seguem em paralelo até que o choque inusitado e metalinguístico do encontro das duas influencia a arte de ambas de maneira definitiva. Entrelaçando a intimidade crua, sensual e explícita dos relacionamentos entre os personagens a reflexões filosóficas e existenciais sobre a arte, a vida e o sexo, Bitch seduz o leitor de forma visceral.

👉De Abismos e Vertigens", é uma mistura de seus textos inéditos com outros já publicados nos vários veículos que Carol Teixeira escreve (entre eles a revista Wake Up, o site Queb, o Cena Eletrônica...). A segunda parte é o diário dela (que ela mantém no seu site - www.carolteixeira.com.br) com todos os altos e baixos da autora expostos de forma transparente. Como ela já avisa no prefácio, "esse é um livro de verdade", pois, concordando com Henry Miller, ela diz que não entende um artista, por maior que seja, que não coloque sua arte em prática na sua vida e vice-versa.

👉Carol Teixeira propõe um desafio a si mesma como escritora - às crônicas, adiciona um 'verdade?' e aos contos, um 'mentira?', testando os limites do fazer literário, da ficção e da realidade, acrescentando um ponto de interrogação que acompanha o leitor à medida que esse desvenda as experiências de 'Verdades & mentiras'. Carol Teixeira tem a 'alma de purpurina', como ela revela na crônica de mesmo nome, e é esse brilho que transmite por meio de seus textos. Aliás, ela não teme se mostrar, mesmo que faça uma ode contra o espelho que, segundo ela, nos limita a ver apenas uma das tantas imagens que somos. A escritora não teme revelar também que perdeu o pai muito cedo e que essa foi uma das experiências mais definidoras de sua existência, como relata em 'Vida'. Carol Teixeira surpreende também quando o assunto é futebol. Em 'Meu dia na Bombonera', a escritora - que viajara a Buenos Aires para participar de uma festa de música eletrônica - conta como passou de alguém que odeia futebol para uma torcedora de coração. Essas foram as 'verdades?'. Na segunda parte, a das 'mentiras?', Carol Teixeira constrói os sete contos unindo leveza e humor, ternura e paixão, com o mesmo característico entusiasmo pela vida. Fala sobre relacionamentos que estão começando, amantes que se redescobrem, solidão, tudo com muita sofisticação.

6.

Veronica Stigger - é uma escritora gaúcha e doutora em Teoria e Crítica da Arte (USP). Seu primeiro livro, O trágico e outras comédias, foi publicado primeiro em Portugal em 2003, a edição brasileira veio só em 2004. Publicou também Gran cabaret demenzial (2007); Os anões (2010); Opisanie swiata(2013), que venceu o Prêmio Machado de Assis (melhor romance) da Biblioteca Nacional de 2013, o Prêmio São Paulo de 2014, na categoria “melhor estreante acima de 40 anos” e o Prêmio Açorianos de narrativa longa, em 2014; Sul (2016), que venceu o Prêmio Jabuti, na categoria Poesia, em 2017.

👉'O Trágico e outras comédias' reafirma o talento e a originalidade de Veronica Stigger, revelados em 2004, quando essa coletânea de genuínos espasmos abdominais foi lançada pela primeira vez no Brasil - o livro havia sido publicado originalmente em Portugal. Em 17 contos, a autora provoca o riso em suas formas mais diversas. Desde a gargalhada franca e monstruosa até o riso frouxo, estranhamente inquietante, seguido por uma tosse triste.

👉De narrativa provocante e perturbadora, 'Gran Cabaret Demenzial', da contista gaúcha Veronica Stigger, mostra um erotismo quase escatológico, além da ironia de cunho social e filosófico, onde a violência é tratada com distanciamento patético e humor corrosivo. 'Gran Cabaret Demenzial' traz ilustrações do artista plástico Eduardo Verderame e texto de orelha do crítico e professor João Adolfo Hansen.

👉Primeiro romance de Veronica Stigger, Opisanie swiata significa “descrição do mundo” e é como se traduz Il Milione, o livro de viagens de Marco Polo, para o polonês. É justamente como uma espécie de relato de viagens que essa novela se constitui. A história central do livro é a de Opalka, um polonês de cerca de sessenta anos que, em sua terra natal, recebe uma carta por meio da qual descobre que tem um filho no Brasil – mais especificamente, na Amazônia -, internado num hospital em estado grave. O pai decide viajar ao encontro do filho; no início do percurso, conhece Bopp, um turista brasileiro que, ao tomar conhecimento das razões da viagem de Opalka, resolve abandonar seu giro pela Europa para acompanhá-lo ao Brasil.
O livro se compõe a partir de diversos registros, como o do relato em terceira pessoa, o da carta, o do diário etc., além de contar com inserções de imagens e fragmentos de textos sobre a ou da década de 1930 — época em que transcorre a ação.

Finalista do Prêmio Portugal Telecom 2014, Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2014 Cosac Naify

7.

Eliane Brum - é uma escritora, nascida em Ijuí, formada em Jornalismo (PUC-RS) e documentarista premiada. Trabalhou em jornais, como Zero Hora e Época, e hoje mantém uma coluna no jornal El País. Suas notáveis obras são: o livro de crônicas/reportagens A vida que ninguém vê (2006), vencedor do Prêmio Jabuti de Reportagem em 2007; O Olho da Rua (2008), também de crônicas; o romance Uma Duas (2011); A Menina Quebrada (2014), vendedor do Prêmio Açorianos, o qual reúne 64 de suas colunas escritas no site da revista Época.

👉Uma repórter em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebridades. Uma cronista à procura do extraordinário contido em cada vida anônima. Uma escritora que mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns. O mendigo que jamais pediu coisa alguma. O carregador de malas do aeroporto que nunca voou. O macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja. O álbum de fotografias atirado no lixo que começa com uma moça de família e termina com uma corista. O homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade. Essas fascinantes histórias da vida real fizeram formam uma obra que emociona pela sensibilidade da prosa de Eliane Brum e pela agudeza do olhar que a repórter imprime aos seus personagens – todos eles tão extraordinariamente reais que parecem saídos de um livro de ficção.

👉A autora apresenta uma reflexão sobre o ofício de repórter. Para cada reportagem, a jornalista escreveu um texto sobre os dilemas que enfrentou, as escolhas que fez e os erros que cometeu. 'O olho da rua' pode ser indicado para quem quer se tornar repórter - ou mesmo para quem já é, mas acredita que a prática da profissão exige reflexão constante.

👉Em seu romance de estreia, Eliane Brum - conhecida no jornalismo pela sensibilidade e força do seu texto - mergulha num novo, mas não menos delicado desafio: transformar em palavra a intrincada relação entre mãe e filha. De que material são feitos os laços que as amarram? Como é tecida a trama de ódio e afeto entre duas mulheres (des)unidas pela carne? Uma duas é um retrato expressionista tão dramático quanto nauseante que foge de clichês e eufemismos que costumam cercar o tema. Dotada de um humanismo visceral, a autora entrelaça os narradores do mesmo modo que o acaso embaralha integrantes de uma família numa teia de subjetividades.
👉Nas colunas da repórter Eliane Brum, a vida pode ser tudo, menos rasa. A cada segunda-feira, os leitores encontram um olhar surpreendente sobre o Brasil, sobre o mundo, sobre a vida – a de dentro e a de fora. Eliane pode escrever sobre a Amazônia profunda, como alguém que cobre a floresta desde os anos 90; ou pode provocar pais e filhos, com uma observação aguda das relações familiares marcadas pelo consumo; ou pode refletir sobre a ditadura da felicidade, que tanta infelicidade nos causa. O que não muda são a profundidade e a seriedade com que ela trata cada tema. O que não é surpresa é seu enorme talento para enxergar muito além do óbvio. Essa combinação rara transformou sua coluna de opinião em um fenômeno de audiência. Este livro reúne seus melhores textos e dá ao leitor uma fotografia do nosso tempo, visto pelo olhar de uma repórter que observa as ruas do mundo disposta a ver. E que escreve para desacomodar o olhar de quem a lê.

Natural de Porto Alegre, Ana Santos é mestra e doutoranda em Estudos de Literatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde atua como revisora de textos. Em 2008, a escritora foi contemplada com a Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Artística para escrever O que faltava ao peixe. Esse livro de contos foi publicado pela Libretos (2011), com edição apoiada pelo Fumproarte. Na poesia, Ana Santos estreou com a coletânea Móbile (Editora Patuá, 2017), finalista do Prêmio Açorianos de Literatura 2018.
➡️ Esta obra apresenta 14 contos sobre temas como a velhice, a solidão, a infância, a morte. Algumas histórias são tristes e outras, cheias de ternura. As ilustrações de Aline Daka procuram traduzir a delicadeza e o caráter mágico dos textos.
➡️Fabulário é uma daquelas obras que apresenta uma poeta em toda sua competência. Editado pela carioca Confraria do Vento, a obra foi escrita como parte da dissertação de mestrado da autora Ana Santos na UFRGS. O livro divide-se em três seções. “Museu mínimo” consiste em uma tentativa de apropriação poética de diferentes linguagens, como a do cinema e a dos sonhos. Em “Microcosmo”, os poemas são inspirados em diversos gêneros textuais. Já em “Fabulário”, seção homônima ao livro, cada poema conta uma pequena história. Ao longo de Fabulário, vários sujeitos líricos se manifestam, constituindo um mosaico de personagens que, de certa forma, ecoam a voz da autora.
8.
Helena Terra - Helena Terra é gaúcha, jornalista, ilustradora e artista plástica. Publicou contos em sites e jornais como o São Paulo Review e Jornal Rascunho. A autora estreou na narrativa longa com seu livro A condição indestrutível de ter sido(2003).

👉Quais as chances de encontrar o verdadeiro amor oculto entre as centenas de nomes sem rosto que frequentam um blogue coletivo? A narradora de A condição indestrutível de ter sido esbarra por acaso com Mauro, um sujeito simpático e inteligente, e, impelida pela paixão, resolve canalizar todas as suas energias para concretizar este relacionamento. Mesmo que ele more em uma cidade distante. Mesmo sabendo que ele é casado.

9.

Natália Borges Polesso - A escritora gaúcha Natália Borges Polesso é mestra em Letras (USC)e doutoranda em Teoria da Literatura na PUCRS. Estreou na literatura com o livro de contos Recortes para álbum de fotografia sem gente(2013), que no mesmo ano venceu o Prêmio Açorianos. Publicou também Coração à corda (2015) também da tirinha tosca A escritora incompreendida, publicada apenas na internet e Amora (2016), o qual venceu o Jabuti, na categoria contos, em 2016.

👉Como aqueles dicionários inventados de emoções obscuras, que nomeiam sentimentos e sensações difíceis de explicar, Recortes para álbum de fotografia sem gente compõe abundantes universos emocionais. Universos vívidos e sutis – de recheio exuberante e tão íntimo, contudo tão próximos, tão conhecidos – que recebem aqui não um nome, mas um contorno langoroso, uma fotografia em movimento, um desenho num diário de pesquisa etnográfica. Neste livro de estreia de Natalia Borges Pelesso já aparecem muitos dos traços que ajudaram a fazer o sucesso de Amora (seu segundo livro de contos, vencedor do Prêmio Jabuti). A delicadeza da temática feminina, o olhar poético, o texto elaborado com minúcia: os contos de Natalia têm um vigor poucas vezes visto.
👉Seria pouco dizer que os contos de Amora versam sobre relações homossexuais entre mulheres. Também estão aqui o maravilhamento, o estupor e o medo das descobertas. O encontro consigo mesmo, sobretudo quando ele ocorre fora dos padrões, pode trazer desafios ou tornar impossível seguir sem transformação. É necessário avançar, explorar o desconhecido, desestabilizar as estruturas para chegar, enfim, ao sossego de quem vive com honestidade.


A Livraria do Globo da Rua da Praia

  A escultura de ferro no topo do prédio da Rua dos Andradas (Rua da Praia), talvez continue despercebida devido à pressa dos dias de hoje. ...