- Fantoches (1932)
- Clarissa (1933)
- Caminhos Cruzados (1935)
- A Vida de Joana d'Arc (1935)
- As Aventuras do Avião Vermelho (1936)
- Os Três Porquinhos Pobres (1936)
- Rosa Maria no Castelo Encantado (1936)
- Meu ABC (1936)
- Música ao Longe (1936)
- Um Lugar ao Sol (1936)
- As Aventuras de Tibicuera (1937)
- Um Urso com Música na Barriga (1938)
- Olhai os Lírios do Campo (1938)
- A Vida do Elefante Basílio (1939)
- Outra Vez Três OS Porquinhos (1939)
- Viagem à Aurora do Mundo (1939)
- Aventuras do Mundo da Higiene (1939)
- Saga (1940)
- Gato Preto em Campo de Neve (1941)
- O Resto é Silêncio (1942)
- A Volta do Gato Preto (1946)
- O Continente (1949)
- Primeiro volume da trilogia O Tempo e o Vento, o Retrato (1951)
- Segundo volume da trilogia, Noite (1954)
- Gentes e Bichos (1956)
- México (1957)
- O Ataque (1959)
- O Arquipélago (1961)
- Terceiro volume da trilogia, Senhor Embaixador (1965)
- Prisioneiro (1967)
- Israel em Abril (1969)
- Incidente em Antares (1971)
- Solo de Clarineta (1972)
16 de fev. de 2023
A OBRA COMPLETA DE ERICO
DO CADERNO H - 13/12/1975
O ERICO
Mario Quintana
Escritas antes, para comemorar os seus setenta anos, as palavras seguintes saem hoje dolorosamente ainda com a presença física de Erico Veríssimo. Foram escritas para ele as ler. Isso explica o tom com que as escrevi. E que conservo, Deus sabe por quê.
E como se nada tivesse acontecido. Porque a morte nunca desatualizou ninguém, e muito menos o nosso querido Erico.
"Quando, com os da minha geração, que era a dele, eu conheci o Erico, ficamos a chamá-lo para sempre e assim mesmo: o Erico. O mesmo aconteceu com as outras gerações. Como ele é, antes de tudo, uma presença humana, essa familiaridade explica-se por si. Ele está conosco é o que pensam. O raio do homem consegue ser contemporâneo de todas as gerações.
Pois não será esse, acaso, o segredo de um verdadeiro romancista?
Por isso é que ele entra agora na casa dos setenta com a mesma afoiteza e curiosidade com que entrou na casa dos vinte, de olhos bem abertos para a vida. A vida continuou. Ele também. Sempre em dia com ela.
Aliás, a vida está sempre em dia. Essa obsessão de contar o tempo, deixemo-la para os relógios, máquinas inumanas. Deixemos, pois, a casa dos setenta uma abstração e entremos na acolhedora casa do Erico. Aceitemos a rodada de cafezinho que Dona Mafalda nos serve. Olhemos em torno. Há sempre lá novas caras. Há sempre alguém falando, um visitante, é claro, e o Erico escutando.
Ele sempre soube escutar.
Não sei o que ele pensava de nós, os da sua geração, quando o conhecemos. Mas nós o achávamos diferente. Desconfio que esse adjetivo não deve agradar lá muito a quem quis sempre comungar. Emendo, em tempo e a bem da verdade: cada um de nós é que queria ser diferente. Ele era igual. Ele era ele, sempre foi ele.
Alguém que soube dar um honesto testemunho do mundo e de si mesmo aos homens. Agora compreendo. Foi essa integridade que nos atraiu, naqueles longes tempos... E que, até hoje, continua atraindo os seus leitores".
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