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1 de jul. de 2020

Escritores Gaúchos - Dicas Literárias



Marcelo Silva, natural de Porto Alegre, poeta e professor de Literatura e Língua Portuguesa. Mantém o blog Desalinhado, publica poesia e alguns contos em diversos sites e revistas dedicadas ao gênero. Criou a oficina “A poesia é um atentado celeste” na qual estimula o fazer poético por meio de exercícios que envolvem canções, imagens e trabalho coletivo. Em maio de 2019 lançou o livro O que carrego no ventre, editado pela Figura de Linguagem.
➡️O que carrego no ventre - As experiências de um flâneur contemporâneo, negro e brasileiro marcam a escrita de Marcelo Silva. O eu-lírico nos apresenta uma cidade de Porto Alegre boêmia e pauperizada, na qual ser professor e artista é um desafio. Em “O que carrego no ventre”, Marcelo Silva entrega uma poesia que dialoga com a tradição do samba e com a crítica social de Carlos Drummond de Andrade e Carolina Maria de Jesus, sem deixar de olhar para os temas pungentes de nosso tempo.
 
Luís Augusto Fischer - (Novo Hamburgo) é um escritor, ensaísta e professor brasileiro.
Em 2007 recebeu da Secretaria Municipal de Cultura o Prêmio Joaquim Felizardo, como Intelectual do Ano de Porto Alegre. Em 2013, foi eleito Patrono da 59ª Feira do Livro de Porto Alegre.
Tem publicados vários livros de contos, crônicas, ensaios e teoria literária. Seus maiores sucessos de vendas são:
👉Dicionário de Porto-Alegrês (1999) - Luís Augusto Fischer não está apenas colocando a cidade no mapa lingüístico do país. Não: Luís Augusto Fischer está revelando uma oculta dimensão de nossa gente, aquela dimensão que se expressa num linguajar característico, consolidado ao longo de gerações. É uma linguagem que nos fala do presente ou nos remete ao passado, que se refere a sexo, a comida, a esporte; é, enfim, uma linguagem muito peculiar, cujo universo Fischer, professor, intelectual e sensível observador da nossa gente, agora desvenda – e o faz com sabedoria e inteligência, com encanto e graça. Obrigado, Fischer. Como diz o teu Dicionário, a tarefa saiu melhor do que a encomenda. Para alegria e deleite de todos nós. Moacyr Scliar ALERTAR OS GANSOS – Expressão que designa o despertar da consciência de alguém para algo que se desejaria que se mantivesse incógnito. Por exemplo: "Cuida pra não alertar os gansos" pode ser dita por alguém para um amigo que estava a ponto de dar pista sobre algo de muito bom que está pintando mas que deve ser de conhecimento de poucos. A expressão tem tudo a ver com o sentido literal: gansos são ótimos vigias, porque a qualquer movimento ou ruído eles, como direi?, grasnam. BUNDA-MOLE – Covarde, em geral. Parece que deste sentido original é que derivaram outros, associados. O que me pergunto é o seguinte: o ideal seria ter bunda dura, literalmente? DE RENGUEAR CUSCO – Expressão gauchesca, recuperada para o uso na cidade. É um qualificativo para o frio forte, tal que chegaria a deixar o cusco rengo. O mesmo que "frio de lascar", sabe-se lá por quais lascas.

👉Dicionário de Palavras e Expressões Estrangeiras (2004). Este livro lista 1557 'estrangeirismos' que entraram ou estão entrando na língua portuguesa do Brasil. A cada verbete, o autor informa o leitor sobre as possíveis traduções do termo em português, comenta sobre as variações (formais ou de significados) ao longo do tempo e em diferentes lugares do mundo, e compartilha algumas curiosidades. Além de expressões provenientes do latim, francês, inglês, espanhol, alemão e italiano, são elencadas, também outras, dos mais distantes japonês, sânscrito, russo e chinês, por exemplo.

👉Em 2005, publicou seu primeiro texto de ficção mais longo, a novela Quatro Negros. A obra recebeu, naquele ano, o prêmio de melhor novela da Associação Paulista de Críticos de Artes, representou a primeira incursão do autor no campo da narrativa mais longa, a novela. De um modo geral, dialoga com a tradição literária do Rio Grande do Sul, quer seja pela sua forma, quer seja pela temática adotada. O próprio narrador personagem ou foco narrativo, a estruturação sintática, o linguajar podem remeter a Blau Nunes, por exemplo. Por outro lado, não deixa de se contrapor ao chamado romance de 30, ou Neorealismo.
Cabe observar que a narrativa traz personagens negras para o centro da discussão, em particular, dá relevo para Janéti, uma mulher, em um estado da federação em que o patriarcalismo, segundo os críticos, esteve bastante arraigado. Janéti constitui, dessa maneira, uma forma de superação do modelo centrado no gaúcho, o macho viril, peão nos tempos de paz e soldado quando chamado pela guerra.
Duan Kissonde nasceu em Porto Alegre. É poeta, graduando em História pela UFRGS, bolsista CNPq e pesquisador das territorialidades negras em Porto Alegre. Publicou seus poemas em diversas revistas brasileiras e participou das antologias Pretessência (2016), Antologia Literária Jovem Afro(2017), Cadernos Negros vol. 41 (2018) e Coletânea Ancestralidades (2019).
➡️Água de meninos é o livro de estreia do poeta porto-alegrense Duan Kissonde. O título faz referência à região de mesmo nome na cidade de Salvador, Bahia. Água de Meninos foi palco dos combates de 25 de janeiro de 1835, data conhecida como Revolta ou Levante dos Malês, a maior insurreição urbana de escravizados das Américas.
A morte de sua avó, também poeta, em 2014, foi o marco central para a construção do livro. Duan procura uma reescrita da história com H maiúsculo, resgata sua memória afetiva e constrói uma espécie de árvore genealógica poética. 
A obra é dividida em duas partes. A primeira, “Pemba”, reúne poemas escritos entre 2014 e 2016. A segunda, “Cupópias”, apresenta a produção mais recente do poeta, escrita de 2016 a 2018. Duan Kissonde trança seus poemas com o imaginário Bantu e Nagô e resgata a herança dessas culturas no palavreado brasileiro. Pemba é um pó ritualístico utilizado nos rituais de matriz africana e também significa giz. Cupópia é um dialeto de origem Bantu falado no quilombo do Cafundó, no interior de São Paulo. O resultado desta publicação é um livro que nos permite mergulhar com profundidade na mitologia pessoal do poeta, mas que também nos faz revisitar a nossa própria história. José Falero e Tônio Caetano Bruno Cardoso.
➡️Jovem Afro – antologia literária - Livro de contos e poemas de 14 jovens autores (André Edson, Bruna Tamires, Caio Lafaiete, Douglas Rosa, Duan Kissonde, Igor Gomes, Juliane Vicente, Poeta com P de Preto, Raquel Garcia, Trix, Tuanny Medeiros, Ventura Profana, Vitor Duarte, Zainne Lima) de vários estados brasileiros. O livro mostra que a produção literária afro vem se renovando na escrita desses jovens.
O livro traz também ilustrações e HQs de Bruno Gabiru, Junião, Denise Silva, Dandara Alves, Rodrigo Cândido, Kayodê. 
Altair Martins, (Porto Alegre) é um escritor e professor universitário. É romancista, contista e dramaturgo consagrado por alguns dos mais importantes prêmios da literatura do Brasil, tendo também sido vencedor de prêmios literários no exterior (Prêmio Guimarães Rosa, da Radio France Internationale, 1994 e 1999). É vencedor de um dos maiores prêmios literários no Brasil, o Prêmio São Paulo de Literatura, em sua segunda edição, na categoria "primeiro romance", com o livro A parede no escuro. Tem, desde então, publicado as antologias de contos Como se moesse ferro, Se choverem pássaros e Dentro do olho dentro e Enquanto água. Venceu ainda o Prêmio Luiz Vilela, o Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães, na Jornada Nacional de Literatura, o Prêmio Açorianos nas categorias conto e romance, o Prêmio Moacyr Scliar, além de ter sido finalista do Prêmio Jabuti em 4 ocasiões. Na dramaturgia, foi vencedor do Premio Minuano de Literatura com a peça Guerra de urina, em 2019.

👉A parede no escuro - Duas famílias, repentinamente, ficam sem a figura paterna - Adorno, dono de uma padaria e pai de Maria do Céu, com quem tem uma relação difícil, é morto em um atropelamento; Forjo - o pai do atropelador - está em estado grave no hospital, cercado por tubos, aumentando ainda mais a angústia do filho. Os diversos narradores expõem e expiam suas culpas e sentimento de perda.

👉Como se moesse ferro - O conto que dá o título a este volume granjeou a Altair Martins o prestigiado Prêmio Guimarães Rosa, concedido pela Radio France International. Ninguém deu importância, porém, (lá como cá…) nem ao conto nem ao novo autor. Cinco anos depois, com "Humano", penúltimo conto do volume, Altair Martins conquistou, pela segunda vez, o mesmo prêmio da Radio France. "Descoberto" pela Novo Imbondeiro em termos nacionais, pôde o editor português juntar a esta edição um outro conto, entretanto saído no Brasil em edição autônoma, "Dentro do Olho Dentro" (também ele distinguido, Prêmio Açorianos de Literatura), o que permite ao leitor prolongar o prazer e a surpresa da descoberta deste notável e poderoso conjunto de histórias. COMO SE MOESSE FERRO serve para demonstrar, se fosse preciso, a plasticidade de uma língua (a nossa) que, com Altair Martins, parece mais viva e criativa do que nunca.                                                               
👉Com uma prosa carregada e densa, que flerta com a poesia, Altair Martins conquistou lugar de destaque no cenário literário nacional.  Em Enquanto água, ele retorna ao conto em um livro intermeado pelo mar, suas idas e vindas. Ao todo, são dezoito textos em que a água é tanto o ponto de união quanto de dispersão. Divididos em quatro capítulos, cada grupo de histórias segue uma sensação: chuva na cara, depois da chuva, garoa, água com gás. Na liquidez dessas tramas, a água pode aparecer como um viés do real, como em Da margem futura, um conto carregado de tensão, sobre um pescador e sua família. Já em O núcleo das estrelas, o elemento ganha uma qualidade fantástica, com o prolixo protagonista chamado apenas de “o narrador”. Um homem cheio de erudição e saberes que, de certa forma, o afogam. No conto O mar, no living, ele prova que o fantástico é um viés do real ou vice-versa. Dramas familiares corriqueiros como a disputa entre sogro e genro e a celebração do primeiro aniversário de uma neta se resolvem pela atuação da natureza que cerca os personagens. Original e repleto de experimentações linguísticas, Enquanto água confirma Altair como um dos melhores contistas brasileiros. Fama que nasceu aos poucos em sua Porto Alegre natal, e ganhou folego e endosso da crítica especializada ao longo dos anos: “busquei o ritmo de rios e chuvas, os transbordamentos e afogamentos”, revela.
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Antônio Xerxenesky (Porto Alegre) é um escritor e tradutor brasileiro. É doutor em Teoria literária pela Universidade de São Paulo e mestre em Literatura comparada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi selecionado em 2012 como um dos 20 melhores jovens escritores pela revista britânica Granta. Sua obra mais conhecida é o romance F (Rocco, 2014), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e primeira seleção do Prix Médicis Étranger de melhor livro estrangeiro traduzido ao francês. Xerxenesky foi escritor residente do International Writing Program, na Universidade de Iowa (Estados Unidos), em 2015, e da Fondation Jan Michalski, em Montricher (Suíça), em 2017.

👉Homens com armas no coldre, à espreita do perigo. Duelos, carteados, mariachis, ambiente desértico, entra e sai no saloon. Elementos típicos das melhores histórias de faroeste povoam o primeiro romance do gaúcho Antônio Xerxenesky. Embaralhadas a eles, situações em geral alienígenas ao clássico repertório do Velho Oeste: um escritor às voltas com um vírus de computador, pitadas irônicas de metalinguagem e até um ataque de zumbis. O pastiche, porém, é apenas uma das dimensões deste livro de estreia. Herdeiro das artimanhas do cinema, contagiado pelas possibilidades narrativas da metaficção, Areia nos dentes passeia por enquadramentos originalíssimos. Como pontos de partida, dois eixos narrativos básicos. Em Mavrak, um vilarejo perdido na fronteira entre o México e os Estados Unidos, duas famílias alimentam uma rivalidade ancestral, num passado não muito remoto. Num apartamento da capital mexicana, um aposentado experimenta as angústias típicas de um escritor, ao tentar, nos dias atuais, narrar a história de seus antepassados. Debaixo destes dois eixos, porém, há diversas outras histórias que se agregam num jogo de espelhos, construído com humor esperto e destreza literária. Porque Areia nos dentes é, sobretudo, um exercício de estratégias narrativas. O leitor ora invade o diário de um personagem, ora acompanha, concomitantemente, o pensamento de dois caubóis envolvidos numa perseguição a cavalo, em duas colunas que dividem a página. Recursos que provam a raridade deste romance de estreia, publicado originalmente em 2008 e finalista do Prêmio Açorianos de Narrativa Longa, no qual a ousadia estilística caminha lado a lado com a ideia de que a literatura pode — e deve — ser uma baita diversão.

👉Após utilizar a escrita como eixo central da trama no romance Areia nos dentes e a própria literatura como premissa para os contos de A página assombrada por fantasmas, ambos publicados pela Rocco, Antônio Xerxenesky se debruça sobre o cinema em F, seu novo romance. O livro conta a história de Ana, que aos 25 anos de idade já havia visto e protagonizado diversas cenas dignas das telas de cinema: decapitações, mortes por queda, cabeças estouradas por tiros de rifle ou espingarda. Talvez por isso não tenha achado graça ao assistir pela primeira vez a Cidadão Kane, de Orson Welles, considerado por muitos críticos o melhor filme de todos os tempos. De qualquer forma, aquilo fazia parte de seu trabalho – ao menos desde que fora contratada para matar o diretor norte-americano. F, segundo romance do escritor gaúcho Antônio Xerxenesky, acompanha a trajetória da jovem matadora de aluguel, que viaja para Paris com o objetivo de conhecer melhor o cinema e a vida de Welles, e assim elaborar o melhor plano para assassiná-lo. Tendo como pano de fundo os anos 1980, o romance passeia pelas ruas da capital francesa, indo de mostras em cineclubes dedicadas ao diretor até discotecas abafadas onde milhares de jovens dançam ao som de sintetizadores sob luzes estroboscópicas. Neste terceiro livro, Xerxenesky evidencia elementos que já estavam presentes em suas obras anteriores, como a mescla entre "alta" e "baixa" cultura, as referências ao universo pop e certo interesse nos possíveis usos da metalinguagem. No entanto, em F o autor parece dar um passo adiante, trazendo essas discussões para o âmbito temático – sobretudo ao tratar das implicações de F for Fake, filme de Welles que ressoa no título do romance. É um livro repleto de ação, mas ao mesmo tempo reflexivo e multifacetado, que levará o leitor a se questionar a respeito de cada página lida.
Luiz Maurício Azevedo nasceu na cidade de Cascavel (PR).
Formado em Letras pela PUCRS, editor e professor de literatura. É doutor em História Literária pela UNICAMP, também mestre em comunicação pela Famecos e pós-doutor em Literatura Brasileira pela UFRGS. Mora em Porto Alegre. Em 2005, encabeçou o grupo que criou o Manifesto Cordialista. Publicou livros, dentre novelas, contos, poemas e romances. Atualmente, vive em Newark, onde realiza estudos na Rutgers University.

➡️Boca de conflito: universidade brasileira, racismo & Marx
Por que pessoas negras ainda são rejeitadas e preteridas em diferentes contextos nas universidades e na tradição acadêmica brasileira? Como podemos reagir diante desse cenário de constantes avanços e retrocessos? Essas são perguntas que o escritor e doutor em Teoria Literária Luiz Mauricio Azevedo tenta responder nesta obra. À luz do marxismo negro, o autor enfatiza como epistemicídios e silenciamentos têm empurrado as universidades brasileiras para a alienação e o isolamento.
➡️Um cão narra a trajetória trágica de seu antigo dono, Álvaro. A história se passa em um futuro distópico, onde os suicídios assistidos se tornaram um serviço comum e a raça humana já não é a espécie dominante no planeta Terra. Pequeno Espólio do Mal é uma obra tocante sobre amor, decepção e apostasia; um romance de filiação estética pós-humana, com uma profunda e melancólica consciência humanística.
O escritor Luan Vargas, de Porto Alegre, vem com uma bagagem acadêmica voltada a filosofia, o autor apresenta uma narrativa que investe na investigação simbólica das relações humanas.
As órbitas ocultas - narra a trajetória de ex-professor de filosofia do ensino médio que, após um encontro inesperado com uma antiga aluna, embarca na tentativa de ressignificar eventos traumáticos do passado. Sexo, suicídio e amores indisponíveis são eixos dessa história.




Pedro Guerra(Caxias do Sul)
é um escritor, formado em Comunicação Social pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e pós-graduado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Liderança, Inovação e Gestão pela PUCRS. Como cronista do jornal Pioneiro, ganhou diversos prêmios nas áreas de contos, crônicas e poesias, sendo o mais recente o prêmio Açorianos de Literatura, pelo livro Precisava de Você. Além do lançamento de seus novos livros, trabalha ministrando cursos de escrita, marketing e empreendedorismo, bem como realizando visitas em escolas, onde promove a formação de leitores.
👉O livro Precisava de Você é uma carta-desabafo de Lola Tavares para um tal de Gabriel Vegas, por quem ela se apaixonou no primeiro instante em que o viu. Só que já começamos o livro sabendo um detalhe importante: o relacionamento dos dois não deu certo e é justamente isso que Lola nos conta, de forma leve e engraçada, como Gabriel quebrou o seu coração em mil pedaços. O mais legal de tudo é que qualquer pessoa consegue se identificar com a história já que, provavelmente, todo mundo já foi uma Lola ou um Gabriel e não tem como fugir disso por muito tempo.
👉Não consigo definir o formato do seu rosto, muito menos se aquele borrão embaixo é uma barba rala ou não. Percebo que o cabelo é volumoso e tento desenhar na minha mente as ondas que aqueles fios formam. Uma doença rara diagnosticada na infância nunca impediu Helena de enxergar o mundo, e mesmo com todos os obstáculos, ela é uma jovem alegre, independente e muito sensível Mas é à noite que Lena sente seu coração se encher de dúvidas e agitação ao se "encontrar" com um misterioso rapaz que surge constantemente em seus sonhos. E, apesar de não enxergá-lo com nitidez, ela sabe exatamente como ele é. Um dia, seus pais precisam fazer uma viagem e a jovem é obrigada a ficar sozinha em casa. Quer dizer... não totalmente sozinha. Sua mãe havia contratado um rapaz para cuidar do jardim. E aquilo que parecia ser uma visita indesejada pode trazer uma enorme mudança em sua vida. Para sempre... "Posso vê-lo mais do que a minha capacidade de enxergar permite. Consigo ver que ele é diferente."

👉Um assassinato durante o maior concurso de beleza abala a gélida Caxias do Sul de 1998. A bela Isabel Radaelli é encontrada morta minutos antes de receber a tão sonhada coroa de Rainha da Festa da Uva. Agora, todos são suspeitos para o detetive Benjamin Lisboa, que chegará à chocante conclusão de que tudo dependia do dia seguinte. Uma história que vai intrigar o leitor do início ao fim e surpreender com seu desfecho inesperado.



29 de mai. de 2020

Literatura do Rio Grande do Sul - Romance de 30

Romance de 30

Autores do romance de 30 gaúchos foram Érico Veríssimo (1905-1975), Dyonélio Machado (1895-1985) e Cyro Martins (1908-1995).


Chama-se de romance de 30 ou neorrealismo, a produção ficcional brasileira de inspiração realista produzida a partir de 1928 com o acréscimo do regionalismo e das conquistas modernistas de introspecção e liberdade linguística. 
As características comuns aos romances de 30 são a verossimilhança, o retrato direto da realidade em seus elementos históricos e sociais, a linearidade narrativa, a tipificação social (indivíduos que representam classes sociais) 
Em função do predomínio da temática rural, generalizou-se também o conceito de romance regionalista para indicar os relatos da época, apesar de alguns romances urbanos fazerem parte do mesmo período.

Autores do romance de 30 gaúchos foram:

Érico Veríssimo (1905-1975) - A obra mais importante deste período é, sem dúvida, a trilogia O Tempo e o Vento.
É uma série literária de romances históricos,que resgata duzentos anos da história do Rio Grande do Sul, dividido em O Continente (1949), O Retrato (1951) e O Arquipélago (1961), o romance conta uma parte da história do Brasil vista a partir do Sul - da ocupação do "Continente de São Pedro" (1745) até 1945 (fim do Estado Novo), através da saga das famílias Terra e Cambará. É considerada por muitos a obra definitiva do estado do Rio Grande do Sul e uma das mais importantes do Brasil. 


Dyonélio Machado (1895-1985)- Escrito em 1935, a pedido do amigo Érico Veríssimo – que o queria participando de um concurso literário que ele acabaria vencendo, o prêmio Machado Assis de Literatura. Os ratos narra a trajetória de um dia de angústia e desespero do servidor público Naziazeno. Considerada obra-prima, o romance tem 28 capítulos, retratando em sua obra os aspectos sociais e a dimensão subjetiva de maneira equilibrada, alterna o ponto de vista sobre a sociedade e a narrativa psicológica para analisar a vida de personagens pobres no interior do Brasil.


Cyro Martins (1908-1995)- Deixou sua marca na literatura gaúcha com a Trilogia do gaúcho a pé e também foi um intelectual de referência no desenvolvimento da psicanálise no Rio Grande do Sul.
A chamada trilogia do gaúcho a pé, concluída com este romance, tem sido lida como documento de uma época, porque descreve, situa e analisa o processo da marginalização do gaúcho pobre e o êxodo dos habitantes da campanha riograndense para a cidade, sob o impacto da modernização na primeira metade do século XX.


 "No Sul, por exemplo, enquanto Cyro Martins, Pedro Wayne, Aureliano de Figueiredo Pinto e Ivan Pedro Martins denunciavam as condições sociais na região da Campanha, Erico propunha uma nova pauta: a formação das classes dirigentes e os meios pelos quais elas acessaram o poder"

Literatura do Rio Grande do Sul - Pré-modernistas

Pré-modernistas

João Simões Lopes Neto (1865-1916) é o principal escritor regionalista dos gaúchos, autor de obras como Contos Gauchescos (1912) e Lendas do Sul (1913), que valorizaram a tradição oral peculiar da região da Campanha.
Por se encontrar em uma linha limite entre o realismo e o modernismo propriamente dito, as obras de João Simões Lopes Neto são agrupadas no perfil literário do pré-modernismo.
Contos Gauchescos (1912) é o segundo livro do escritor gaúcho regionalista. É composta por dezenove contos sobre o mundo gauchesco e é narrada por Blau Nunes, ex-furriel de “oitenta e oito anos, todos os dentes, vista aguda e ouvido fino”.


Lendas do Sul (1913) é o terceiro livro do escritor. Narra várias conhecidas lendas do Rio Grande do Sul, mas a mais conhecida é o Negrinho do Pastoreio, outrora passadas de boca a boca, principalmente na região interiorana. Um dos contos apresentados, A Salamanca do Jarau inspirou Érico Veríssimo a escrever algumas partes de sua grande obra, O Tempo e o Vento.


Outros regionalistas foram:
Alcides Castilho Maia (1878 — 1944) foi um jornalista, político, contista, romancista e ensaísta.
Alma bárbara (contos)- 1922 Há na ficção gauchesca de Alcides Maya um sentido gauchesco pleno que abrange aspectos extensos da vida da nossa campanha na transição do século XIX para XX. Há também uma identificação que transfunde ao leitor, envolvendo-o, tornando-o íntimo, pelo sentimento de cenas e costumes da vida pampiana que descreve com sua rara capacidade estética de não só retratar a paisagem da campanha rio-grandense , principalmente os descampados da fronteira, como também captar o que as suas nuances de cor e linha insinuam na alma da gente.


Darcy Azambuja (1901 — 1970) foi um escritor, professor universitário e jurista.
No galpão (contos) - 1925 Foi a primeira obra literária escrita por Azambuja e a primeira a receber o Prêmio de Contos da Academia Brasileira de Letras no mesmo ano. Composta por 16 contos, todos tendo como cenário e pano de fundo o Rio Grande do Sul.
O conto que prefacia a obra é “Fogão gaúcho”. A narrativa serve como uma introdução para os demais e se alimenta de um enredo que narra uma noite fria do inverno gaúcho, cuja personagem principal é a velha Silvina, que conta fábulas para as crianças dentro de casa. Enquanto isso, os “peões” contavam casos em um galpão, dando a entender que as histórias que vêm a seguir são fruto da conversa entre os companheiros.





2 de abr. de 2020

Algumas obras principais de Erico Verissimo encontradas em vídeo

Estes vídeos são para auxiliar na compreensão da obra de Érico Veríssimo, não substituindo, portanto, a leitura do livro na íntegra.

Primeiro best-seller de Erico Verissimo, Olhai os lírios do campo representou uma guinada na carreira literária do escritor. Eugênio Pontes, moço de origem humilde, a custo se forma médico e, graças a um casamento por interesse, ingressa na elite da sociedade. Nesse percurso, porém, é obrigado a virar as costas para a família, deixar de lado antigos ideais humanitários e abandonar a mulher que realmente ama. Esta obra é um convite à reflexão sobre os valores autênticos da vida.
Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos. Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. O que fazer? Em Incidente em Antares, Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo.

Obra de grande força imaginativa, Ana Terra pertence à trilogia de O tempo e o vento. O livro conta a história da personagem Ana Terra, que mora com os pais e dois irmãos no interior gaúcho, na segunda metade do século XVIII. Única filha mulher, ela é impedida de comprar um espelho, objeto fútil nesse ambiente austero. Sem ter onde mirar-se, só pode contemplar sua figura na superfície do regato onde lava a roupa da família.
Quando Rodrigo Cambará surge no povoado de Santa Fé, parece chamar encrenca. Com a patente de capitão, obtida no combate com os castelhanos, é apreciador da cachaça, das cartas e das mulheres. Homem de espírito livre, não combina com os habitantes pacatos do local, mantidos no cabresto pelo despótico coronel Ricardo Amaral Neto. Mas depois de conhecer Bibiana Terra, nada convence Rodrigo a arredar o pé da aldeia. Nem a aspereza de Pedro, pai de Bibiana, nem a zanga do coronel, que não vê com bons olhos os modos do capitão. Ele está apaixonado por ela e quer casar-se. 

Música ao longe retrata a decadência econômica e moral da rica e tradicional família Albuquerque, de Jacarenga, interior do Rio Grande do Sul, sob o ponto de vista da ingênua Clarissa. Personagem do romance homônimo (Clarissa, lançado em 1933), a adolescente de 16 anos é considerada a mais autêntica de todos os personagens de Erico Verissimo. Nesse romance, Clarissa dá seus primeiros passos em direção à vida adulta e à maturidad.

11 de set. de 2014

Cartas a personagens literários

Gosta de cartas e literatura?
Então você não pode perder a ação que preparamos na biblioteca durante os meses de setembro e outubro!
A seguir você poderá conferir todas as informações para participar.





A ação foi inspirada no blog Letters with character, que reúne cartas de pessoas reais escritas para personagens literários.
Apresentamos traduções de algumas cartas publicadas no blog. Inspire-se para nos escrever a sua! 


Jorge Luis Borges | "A biblioteca de Babel" | 1941


Querido narrador,


Eu encontrei o livro que você estava procurando. 

Você pode retirá-lo no balcão de informações quando estiver saindo.

Agradeço sua paciência.


Sinceramente,
Charles London

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Marcel Proust | Em busca do tempo perdido | 1913-1927

Querido narrador,


Eu confesso estar constrangida por lhe escrever em inglês. Esta não é o seu, tampouco o meu idioma nativo. E é também um idioma que não domino perfeitamente. No entanto, o que tenho a dizer é bem fácil. Eu te amo. Je t'aime. Ti amo.



Suponho que eu não seja o seu tipo. Não sou nenhum Gilberte ou uma Albertine. Mas eu não ligo, narrador. Meu amor por você é o mais puro. É o amor perfeito que não pode ser experienciado em nenhum lugar, a não ser em nossas mentes. É o amor por um homem cuja sensibilidade eu considero tão similar à minha que quando leio suas palavras posso me imaginar as escrevendo. O amor por uma imagem no espelho. O amor que nos faz sofrer todo o tempo em que sentimos saudade de um amante e a promessa de uma impossível, perfeita união. Sinto sua falta em todo os amantes que perdi, meu querido narrador.


Para sempre sua,
Elisa Caldarola
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Jack Kerouac | Na estrada | 1957


Caro Sal,

Arranje um emprego.



Sinceramente,

Glen Binger

P.S. Diga a Dean para me devolver meus trinta dólares, aquele filho da mãe mentiroso.

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Albert Camus | O estrangeiro | 1942


Meursault,


Estive me esforçando para compreender seu personagem e sua crença no absurdo desde que terminei de ler sobre você. Só posso dizer que isso tem sido em vão. Talvez eu seja muito sensível, muito emotivo para aceitar que a vida não tem sentido. Estou mais disposta a acreditar que existe um sentido para tudo o que acontece aqui do que  a acreditar que não há. Isso provavelmente não faz nenhum sentido para você mas, novamente, você não faz nenhum sentido para mim. Vou deixá-lo agora.



Saudações,

Anjanie Pandey

A Livraria do Globo da Rua da Praia

  A escultura de ferro no topo do prédio da Rua dos Andradas (Rua da Praia), talvez continue despercebida devido à pressa dos dias de hoje. ...