Gosta de cartas e literatura?
Então você não pode perder a ação que preparamos na biblioteca durante os meses de setembro e outubro!
A seguir você poderá conferir todas as informações para participar.
A ação foi inspirada no blog Letters with character, que reúne cartas de pessoas reais escritas para personagens literários.
Apresentamos traduções de algumas cartas publicadas no blog. Inspire-se para nos escrever a sua!
Jorge Luis Borges | "A biblioteca de Babel" | 1941
Querido narrador,
Eu encontrei o livro que você estava procurando.
Você pode retirá-lo no balcão de informações quando estiver saindo.
Agradeço sua paciência.
Sinceramente,
Charles London
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Marcel Proust | Em busca do tempo perdido | 1913-1927
Querido narrador,
Eu confesso estar constrangida por lhe escrever em inglês. Esta não é o seu, tampouco o meu idioma nativo. E é também um idioma que não domino perfeitamente. No entanto, o que tenho a dizer é bem fácil. Eu te amo. Je t'aime. Ti amo.
Suponho que eu não seja o seu tipo. Não sou nenhum Gilberte ou uma Albertine. Mas eu não ligo, narrador. Meu amor por você é o mais puro. É o amor perfeito que não pode ser experienciado em nenhum lugar, a não ser em nossas mentes. É o amor por um homem cuja sensibilidade eu considero tão similar à minha que quando leio suas palavras posso me imaginar as escrevendo. O amor por uma imagem no espelho. O amor que nos faz sofrer todo o tempo em que sentimos saudade de um amante e a promessa de uma impossível, perfeita união. Sinto sua falta em todo os amantes que perdi, meu querido narrador.
Para sempre sua,
Elisa Caldarola
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Jack Kerouac | Na estrada | 1957
Caro Sal,
Arranje um emprego.
Sinceramente,
Glen Binger
P.S. Diga a Dean para me devolver meus trinta dólares, aquele filho da mãe mentiroso.
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Albert Camus | O estrangeiro | 1942
Meursault,
Estive me esforçando para compreender seu personagem e sua crença no absurdo desde que terminei de ler sobre você. Só posso dizer que isso tem sido em vão. Talvez eu seja muito sensível, muito emotivo para aceitar que a vida não tem sentido. Estou mais disposta a acreditar que existe um sentido para tudo o que acontece aqui do que a acreditar que não há. Isso provavelmente não faz nenhum sentido para você mas, novamente, você não faz nenhum sentido para mim. Vou deixá-lo agora.
Saudações,
Anjanie Pandey