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10 de jan. de 2022

vídeo - Artista Plástico Freddy Sorribas faz homenagem a Erico Verissimo em 1993

Vídeo de Freddy Sorribas na Biblioteca Erico Verissimo CCMQ

 


Anualmente a Biblioteca Erico Verissimo mantinha atividades voltadas para a divulgação das obras de seu patrono. Naquele ano de 1993, foram organizadas programações durante a semana como forma de dar destaque a sua obra literária. Uma delas foi à execução de uma obra pictórica relativa à literatura de Erico Verissimo. Essa obra foi executada nos dias 17 e 18 de dezembro, no espaço interno da Biblioteca, onde ficou exposta até o ano de 2020.





Freddy Enrique Sorribas Crespi (1948 -2017) foi um artista Uruguaio.
Começou a estudar pintura em 1957 e teve a oportunidade de ter aulas com Américo Sposito e Carlos Llanos e a partir desse momento continuou a desenvolver-se como artista, onde utilizou cores fortes e poderosas, bem como o intenso sentimento pessoal sobre elas.
Reconhecido por seus trabalhos, é considerado um artista que desenvolveu suas técnicas de precisão e vigor, além de sua expressão de liberdade. Sua carreira foi premiada em diversos locais como Porto Alegre, Nova York, Buenos Aires e também em Acapulco.




23 de set. de 2020

Pronunciamento do Deputado Estadual Ruy Carlos Ostermann, autor do projeto de lei nº23/83, que deu nome à Casa de Cultura Mario Quintana ao ex-Majestic Hotel.

 Dia 28 de junho de 1983 na Assembleia Legislativa.


"Sr. Presidente, Srs. Deputados:


Nesta casa se presta, neste momento, a homenagem talvez estranha mas indispensável à poesia.

Em tempo de extrema dificuldade para a articulação até mesmo das frases, em tempo de extrema penúria para o conteúdo das frases, em tempo de silêncios, em tempo em que a palavra não se ouve e ela se cala, me parece que lembrar que um prédio, da mais bonita e saudosa arquitetura de Porto Alegre, o ex-majestic Hotel, seja agora transformado em Casa de Cultura e que por iniciativa de um Projeto de Lei desta Casa possa esta Casa de Cultura denominar-se 'Mario Quintana', eu penso que se está, sob muitas formas, agradecendo, retribuindo, devolvendo de algum modo a alegria, a justeza da frase, a capacidade de embevecimento e, sem dúvida, os valores morais, estéticos e de humanidade de um Poeta.

Esta Casa tem se caracterizado pela defesa intransigente de fatos imediatos, dolorosos, cruéis e contundentes. Poucas vezes ela pôde, no entanto, demorar-se numa atitude, talvez, até surpreendente, para abrigar, na generosidade, a um Poeta e designar-lhe então um lugar na cidade, na cidade que ele sempre amou, que ele soube amar nos seus desvios, nas suas esquinas, que ele soube, sobretudo, amar na sua paisagem humana.

Este homem que solidariamente, durante algum tempo, justificou quase que a preservação do ex-Majestic Hotel, esse homem que transitava solitário por aqueles arredores e que lá, certamente escreveu algumas das páginas, alguns dos versos que hão de ficar na memória, na sensibilidade brasileira, está a merecer hoje, nesta Casa - e estou fazendo o encaminhamento da votação - um gesto que eu entendo que é de todos nós, pela forma unânime com que foi acolhido pelos pareceres favoráveis que recebeu, nós estamos finalmente dando de volta, não com a generosidade e nem com a grandeza do Poeta, mas com, enfim, a nossa possibilidade politica, estamos dando de volta alguma coisa desta ampla, indiscutível, admirável, contínua doação ás pessoas, que é a poesia de Mario Quintana.

Penso que assim se faz uma pequena justificativa e com isso se justifica o Projeto, que ora encaminhamos".

A cerimônia de votação, apresentação, pareceres, discursos e leituras foi assistida por grande número de pessoas e, principalmente, por Mario Quintana. Após a aprovação, ovacionada por todos, o Poeta subiu à tribuna para um breve e emocionado pronunciamento que a todos comoveu:

“Aqui estão todas as correntes reunidas em torno da poesia, e é em nome da poesia que agradeço aos senhores”.

 

·        KOSLOWSKY SILVA, Liana. Majestic Hotel – Memórias de um Monumento, v46, p114-115 - 1992


3 de jun. de 2020

Literatura do Rio Grande do Sul - Gaúcha contemporânea

Literatura gaúcha contemporânea

Na poesia, destacam-se Carlos Nejar, um dos “imortais” da Academia Brasileira de Letras, Armindo Trevisan, Lara de Lemos e Moacyr Scliar, também imortal da Academia Brasileira de Letras.

Luís Carlos Verzoni Nejar, mais conhecido como Carlos Nejar (Porto Alegre) - "o poeta do pampa brasileiro" -  Poeta, ficcionista, tradutor e crítico literário brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia. É graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Um dos mais importantes poetas da sua geração, Nejar, destaca-se pela riqueza de vocabulário e pela utilização das aliterações, que tornam seus versos musicais. É também pai do poeta e escritor Fabrício Carpinejar.

Os Viventes - Obra originalmente lançada em 1979, foi definida pelo crítico literário português Eugênio Lisboa como um livro de "poesia fraternal, que julga, mas conforta, e nos dá fórmulas simples de vida e entre-ajuda". Nejar procura resgatar de cada ser a sua anima, aquela essência tantas vezes esquecida ou menosprezada.

Armindo Trevisan - (Santa Maria) é um teólogo, poeta, crítico de arte e ensaísta brasileiro, tendo obras traduzidas em várias línguas, especialmente alemão, italiano, espanhol e inglês.
Sendo considerado um dos maiores poetas gaúchos contemporâneos, apesar do seu poema difícil, pouco acessível para a maior parte dos leitores, foi vencedor de vários prêmios de poesia.
Os poemas de Trevisan são sempre concisos, faz uso de um vocabulário culto e incomum, porém de forma muito contemporânea, remetendo sempre, por etimologia ou derivação, a vocábulos comumente usados. Ele "adere à estética moderna, surpreende na produção de ritmos que se quebram, muitas vezes "duros", demonstrando grande domínio do aspecto sonoro da poesia. Sua poesia, muitas vezes, assume um tom clássico, raramente podendo (e, no entanto, muito convincentemente) ser classificada como modernista, mas, possivelmente, como moderna.

O livro "A surpresa de ser" recebeu o Prêmio Nacional de Poesia Gonçalves Dias, da União Brasileira de Escrito­res, de 1964 (em cuja comissão julgadora se incluíam Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Cassiano Ricardo)

Lara de Lemos (Porto Alegre, 22 de julho de 1923 — 12 de outubro de 2010) foi uma poetisa, jornalista, tradutora e educadora brasileira.
A poesia de Lara de Lemos, além de um profundo e contundente diálogo com a vida, com a história, com a política, dialoga também com as formas poéticas em construção no brasil.

Poço das Águas Vivas é o livro de estreia da poetisa, publicado originalmente em 1957. A autora recebeu o Prêmio Estadual Sagol por esta obra.
Moacyr Jaime Scliar (Porto Alegre, 23 de março de 1937 — 27 de fevereiro de 2011) foi um escritor brasileiro. Formado em medicina, trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor universitário. Sua prolífica obra consiste de contos, romances, ensaios e literatura infantojuvenil. A
borda a imigração judaica no Brasil, trata de temas como o socialismo, a medicina, a vida de classe média e vários outros assuntos. Também ficou conhecido por suas crônicas nos principais jornais do país, publicou mais de setenta e quatro livros e suas obras traduzidas para doze idiomas. Seu estilo leve e irônico lhe garantiu um público bastante amplo de leitores.

O Centauro no Jardim, de 1980, é um romance que se situa entre a fábula e o realismo. Evidencia a dualidade da vida em sociedade, em que é preciso harmonizar individualismo e coletividade. A figura do centauro também ilustra a divisão étnica e religiosa dos judeus, um povo perseguido por sua singularidade. Foi um de seus livros mais traduzidos e publicados para o mundo, além de ter recebido prêmios pela riqueza e originalidade da obra.







Quanto aos ficcionistas gaúchos, podemos citar diversos autores (entre muitos outros):

Lya Luft - Nasceu em Santa Cruz do Sul, sua produção literária reúne poesias, ensaios, contos, literatura infantil, crônicas e romances. É colunista mensal da revista Veja e professora aposentada da UFRGS.

O tigre na sombra é um romance impactante, com todo um jeito próprio de se contada, um encontro entre prosa e poesia, entre realidade e fantasia. Um romance breve e bastante profundo, e que apesar de ser um livro de trama corriqueira e cotidiana, cria um universo de mistério, magia e dramas humanos muito reais, com os quais o leitor se identificará e se emocionará.



Telmo Vergara (Porto Alegre 1909-1967): contista, vencedor do Prêmio Humberto de Campos de 1936 com a coletânea de contos Cadeiras na calçada;












Cadeiras na calçada é um livro escrito por Telmo Vergara, publicado originalmente em 1936. No mesmo ano, o livro foi vencedor do Prêmio Humberto de Campos, oferecido pela Editora José Olympio.


Josué Guimarães (São Jerônimo 1921-1986): jornalista de profissão, deixou vasto acervo de romances entre outras obras literárias;








Dona Anja é um romance do escritor brasileiro Josué Guimarães, publicado em 1978. Esta obra surgiu numa conversa do casal Josué e Nydia Guimarães numa viagem de carro a Montevideu.
O livro é narrado em estilo de folhetim. Dona Anja é uma cafetina que junto com as suas "meninas", o prefeito, o delegado e demais personalidades de uma pequena cidade do interior, discutem os problemas do país. Naquela exata noite do dia 3 de dezembro de 1977, pelo rádio, eles escutam a votação no Congresso que aprovou o divórcio no Brasil.

Luís Fernando Veríssimo -(Porto Alegre) é um escritor, humorista, cartunista, tradutor, roteirista de televisão, autor de teatro e romancista brasileiro. Já foi publicitário e revisor de jornal. É ainda músico, tendo tocado saxofone em alguns conjuntos. Com mais de 60 títulos publicados, é um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos. É filho do também escritor Érico Verissimo. É vencedor do Prêmio Jabuti, seus livros de crônicas e contos estão na lista dos mais vendidos;
O Analista de Bagé é uma personagem de humor criado pelo escritor brasileiro Luis Fernando Veríssimo cuja publicação se iniciou, no Brasil, em 1981, ganhando, além da literatura, versões em quadrinhos e no teatro.


José Clemente Pozenato de São Francisco de Paula; é professor de filosofia, possui uma obra com viés na vida dos imigrantes e colonos italianos;
O Quatrilho, livro de 1985, o romance conta a história de dois casais italianos, num tempo que remete aos primeiros anos da ocupação do território na região do Campo dos Bugres, atual cidade de Caxias do Sul, na serra gaúcha. Os protagonistas da história são: Ângelo Gardone e Teresa, Mássimo Boschini e Pierina, que fazem um acordo e decidem comprar uma propriedade agrícola, investindo as suas economias, para fazê-la progredir.
No romance, aparecem os primeiros anos da vida colonial, as origens agrícolas e a gradual transferência para o comércio, determinando o crescimento urbano e a mudança no relacionamento interpessoal.


Tabajara Ruas de Uruguaiana:é jornalista e cineasta, tem a literatura de romances um complementar na sua carreira artística;
Perseguiçāo e cerco a juvêncio Gutierrez - Neste livro, o autor resgata memórias de sua infância em Uruguaiana para narrar uma emocionante história de crescimento e descoberta. 'Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez'foi lançado originalmente em 1990.



Luiz de Miranda, de Uruguaiana: com vasto acervo de romances, é um premiado poeta brasileiro; renomado autor da obra poética mais extensa do mundo, com 3432 páginas contabilizadas, mais de quarenta e cinco anos de carreira literária, possui 33 livros publicados num total de páginas que impressiona pelo volume, pela qualidade e conteúdo.
É com versos desse quilate, é com essa desabrida cadência de palavras, que Luiz de Miranda ascende ao primeiro plano de nossa poesia neste limiar de um tempo. A beleza de seu ritmo, de grande precisão técnica, surge com naturalidade, sem aparente esforço. Nesse largo movimento, dos "Primeiros (untos", de Gonçalves Dias, à Trilogia do Azul, do Mar, da Madrugada e da Ventania, espraia-se toda uma conquista da palavra poética no Brasil. Os versos reunidos neste volume fazem pensar na constatação de Paul Claudel, de que a poesia é uma prece e de que somente através dela chegaremos à salvação. Assim é a explosão vocabular de Luiz de Miranda, que não se esgota nos primeiros contatos. Permanece viva na memória, rica, nítida, inconquistada.



Luiz Antonio de Assis Brasil de Porto Alegre é professor universitário, é considerado um dos grandes ficcionistas brasileiros;

O pintor de retratos recebeu o Prêmio Machado de Assis para narrativa "categoria romance do ano" da Fundação Biblioteca Nacional (2001).
O fotógrafo francês Nadar (Félix Tournachon) era uma celebridade. Atravessou o século XIX, fotografando algumas das maiores figuras da época, de Vítor Hugo a D. Pedro II. Diziam que ele capturava a alma dos modelos. Mas o protagonista deste romance é Sandro Lanari, um pintor de retratos nascido em Ancona, Itália. Sua vida se transforma no dia em que vê, numa vitrine em Paris, a foto - feita por Nadar - da jovem Sarah Bernhardt, a grande diva do teatro internacional. Fascinado pelo retrato, procura Nadar e faz-se fotografar por ele. O resultado, desconcertante e patético, conduz Lanari a declarar guerra a todos os fotógrafos do mundo. Emigra para o Brasil, onde sobrevive como pintor de retratos até que, por uma circunstância ao mesmo tempo trágica e fortuita, torna-se também ele fotógrafo. Participa, sempre como coadjuvante, de revoluções pelo pampa, abandona a pintura, prospera como fotógrafo em Porto Alegre e finalmente retorna à Europa, onde o aguarda seu passado - e Nadar.



João Gilberto Noll(1946-2017)de Porto Alegre: romancista de renome, vencedor do Prêmio Jabuti em diversas ocasiões;

Em 1980, publicou o livro de contos O Cego e a Dançarina, seu primeiro livro, pelo qual recebeu diversos prêmios, tais como revelação do ano, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), ficção do ano, do Instituto Nacional do Livro, e o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Revelou o autor gaúcho no circuito literário brasileiro. Nos contos de Noll predomina a sensação de atordoamento, asfixia e urgência, características da literatura sombria do autor.



Caio Fernando Abreu(1948-1996)de Santiago; 
foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro.
Apontado como um dos expoentes de sua geração, a obra de Caio Fernando Abreu, escrita num estilo econômico e bem pessoal, fala de sexo, de medo, de morte e, principalmente, de angustiante solidão. Apresenta uma visão dramática do mundo moderno e é considerado um "fotógrafo da fragmentação contemporânea".

Morangos Mofados é o quarto livro de contos do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu, sendo considerado sua obra-prima pela crítica literária. Foi escrito em 1982 e aclamado como o melhor livro daquele ano pela revista Isto É.
O livro está dividido em três partes: "O Mofo" , "Os Morangos" e "Morangos Mofados" que dá nome a obra.



Charles Kiefer de 
Três de Maioé um escritor brasileiro.

Caminhando na Chuva é um romance de ficção lançado em 1982.
O livro reconta de forma fragmentada a infância e adolescência de Túlio Schüster: um descendente de alemão vivendo em Pau D'Arco. Túlio visa cronicar sua vida na esperança de reter sua personalidade antes de partir para a cidade grande.
Ao decorrer do livro, ele narra antigas amizades, suas férias escolares, os relacionamentos com aqueles a sua volta, e seu primeiro amor: Rosane.
Com a progressão da narrativa, Túlio cresce como pessoa. No início, um menino tímido e pensativo, melancólico com a separação de Rosane por seu pai, ele se torna um homem disposto a lutar pelo seu amor.




Röhrig C. 
de Pedro Osório; é um escritor brasileiro.
Tem 40 livros publicados entre: poesias, peças de teatro, contos e novelas. Suas histórias se baseiam na vida urbana, noturna, erótica, caótica e marginal. É um escritor underground. Já recebeu vários prêmios em concursos literários (poesia, crônica...), colaborações em: jornais, revistas e antologias... 

Negociante de Almas: Primeiro Volume Da Trilogia
e quem disse que a morte é o fim....PRIMEIRO VOLUME DA TRILOGIA Negociante de almas OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE "Mas se houver morte, então darás vida por vida, Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, Queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe". (Êxodo 21:23-25)



1 de jun. de 2020

Literatura do Rio Grande do Sul - Poetas modernistas

Poetas modernistas

Mário Quintana, Augusto Meyer e Raul Bopp são usualmente considerados a trindade modernista do Rio Grande do Sul, sendo o poeta Tyrteu Rocha Vianna, considerado pela crítica, o mais dotado dos primórdios da poesia modernista no início do século XX do estado.

São também destaques a poetisa Lila Ripoll, vinculada à segunda geração do modernismo, Felipe D'Oliveira, Carlos Nejar e Armindo Trevisan, Heitor Saldanha, Clóvis Assumpção, Pedro Wayne, Ernani Fornari e Itálico Marcon, entre outros.

Tyrteu Rocha Vianna (São Francisco de Assis, Rio Grande do Sul, 28 de novembro de 1898 - Alegrete, 21 de setembro de 1963) foi um poeta de vanguarda, radioamador, e grande proprietário de terras do Rio Grande do Sul, Brasil.
Seu único livro publicado, Saco de Viagem (1928), tem características formais cubistas e futuristas, bem como neologismos que exploram a linguagem regional do gaúcho. 
O humor do modernismo brasileiro é direcionado, principalmente, à fatos da política local e das cidades vizinhas, com características rurais, localizada no sudoeste rio-grandense, São Francisco de Assis, a qual foi palco de sangrentos combates na Revolução de 1923.
O livro fo publicado pela Editora Globo e pago pelos próprios meios do poeta. Conforme seu filho adotivo, Oscar Ferreira da Costa, o poeta desejava imprimir somente 10 exemplares, para presentear os seus melhores amigos, crendo que não valia a pena mostrar a obra a muitas pessoas. Informado que o custo seria alto e que a tiragem deveria ser de, no mínimo, 1.000 exemplares, o poeta pagou o preço dos mil exemplares, fazendo imprimir apenas os 10 exemplares desejados, com o nome do amigo que seria presenteado impresso.



Mário de Miranda Quintana - "poeta das coisas simples" -(Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
Esconderijos do Tempo é um livro de poesia, publicado em 1980, concedeu ao autor o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra literária.
Contendo cinquenta poemas breves, quase todos escritos em versos livres ou em forma de prosa poética, mostra-se também um livro de maturidade de Quintana por trazer como temas centrais as suas reflexões sobre a velhice, a morte, o fazer poético e, sobretudo, a memória – questões de natural interesse para um escritor que trazia então em si o conhecimento e a vivência de toda uma longa vida dedicada à literatura.
Um dos traços marcantes de “Esconderijos do Tempo” é a coloquialidade de sua linguagem – aparentemente um estratagema do poeta para tornar seus poemas ainda mais próximos do que seriam verdadeiros diálogos com o leitor ao colocar textualmente traços característicos da oralidade.

Augusto Meyer - modernista lírico dos pampas -(Porto Alegre, 24 de janeiro de 1902 — Rio de Janeiro, 10 de julho de 1970).Foi um jornalista, ensaísta, poeta, memorialista e folclorista brasileiro,introduzindo uma feição regionalista à poesia. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filologia, diretor da Biblioteca Pública do Estado e do INL durante cerca de trinta anos em Porto Alegre.
Poemas de Bilu (1929), um dos livros que conquistou renome nacional.



Raul Bopp (Vila Pinhal, 4 de agosto de 1898 — Rio de Janeiro, 2 de junho de 1984) foi um poeta modernista e diplomata brasileiro.
Em 1931 lançou "Cobra Norato", considerado seu principal livro e obra mais importante do movimento antropofágico; um dos mais importantes do modernismo, pela força de suas descrições, pelo lirismo que informa o poema, pelo seu aproveitamento das raízes populares. Nele, o poeta cria um drama épico e mitológico nas selvas amazônicas, incorporando à estrutura do verso livre elementos do folclore e da fala regional.




29 de mai. de 2020

Literatura do Rio Grande do Sul - Romance de 30

Romance de 30

Autores do romance de 30 gaúchos foram Érico Veríssimo (1905-1975), Dyonélio Machado (1895-1985) e Cyro Martins (1908-1995).


Chama-se de romance de 30 ou neorrealismo, a produção ficcional brasileira de inspiração realista produzida a partir de 1928 com o acréscimo do regionalismo e das conquistas modernistas de introspecção e liberdade linguística. 
As características comuns aos romances de 30 são a verossimilhança, o retrato direto da realidade em seus elementos históricos e sociais, a linearidade narrativa, a tipificação social (indivíduos que representam classes sociais) 
Em função do predomínio da temática rural, generalizou-se também o conceito de romance regionalista para indicar os relatos da época, apesar de alguns romances urbanos fazerem parte do mesmo período.

Autores do romance de 30 gaúchos foram:

Érico Veríssimo (1905-1975) - A obra mais importante deste período é, sem dúvida, a trilogia O Tempo e o Vento.
É uma série literária de romances históricos,que resgata duzentos anos da história do Rio Grande do Sul, dividido em O Continente (1949), O Retrato (1951) e O Arquipélago (1961), o romance conta uma parte da história do Brasil vista a partir do Sul - da ocupação do "Continente de São Pedro" (1745) até 1945 (fim do Estado Novo), através da saga das famílias Terra e Cambará. É considerada por muitos a obra definitiva do estado do Rio Grande do Sul e uma das mais importantes do Brasil. 


Dyonélio Machado (1895-1985)- Escrito em 1935, a pedido do amigo Érico Veríssimo – que o queria participando de um concurso literário que ele acabaria vencendo, o prêmio Machado Assis de Literatura. Os ratos narra a trajetória de um dia de angústia e desespero do servidor público Naziazeno. Considerada obra-prima, o romance tem 28 capítulos, retratando em sua obra os aspectos sociais e a dimensão subjetiva de maneira equilibrada, alterna o ponto de vista sobre a sociedade e a narrativa psicológica para analisar a vida de personagens pobres no interior do Brasil.


Cyro Martins (1908-1995)- Deixou sua marca na literatura gaúcha com a Trilogia do gaúcho a pé e também foi um intelectual de referência no desenvolvimento da psicanálise no Rio Grande do Sul.
A chamada trilogia do gaúcho a pé, concluída com este romance, tem sido lida como documento de uma época, porque descreve, situa e analisa o processo da marginalização do gaúcho pobre e o êxodo dos habitantes da campanha riograndense para a cidade, sob o impacto da modernização na primeira metade do século XX.


 "No Sul, por exemplo, enquanto Cyro Martins, Pedro Wayne, Aureliano de Figueiredo Pinto e Ivan Pedro Martins denunciavam as condições sociais na região da Campanha, Erico propunha uma nova pauta: a formação das classes dirigentes e os meios pelos quais elas acessaram o poder"

Literatura do Rio Grande do Sul - Pré-modernistas

Pré-modernistas

João Simões Lopes Neto (1865-1916) é o principal escritor regionalista dos gaúchos, autor de obras como Contos Gauchescos (1912) e Lendas do Sul (1913), que valorizaram a tradição oral peculiar da região da Campanha.
Por se encontrar em uma linha limite entre o realismo e o modernismo propriamente dito, as obras de João Simões Lopes Neto são agrupadas no perfil literário do pré-modernismo.
Contos Gauchescos (1912) é o segundo livro do escritor gaúcho regionalista. É composta por dezenove contos sobre o mundo gauchesco e é narrada por Blau Nunes, ex-furriel de “oitenta e oito anos, todos os dentes, vista aguda e ouvido fino”.


Lendas do Sul (1913) é o terceiro livro do escritor. Narra várias conhecidas lendas do Rio Grande do Sul, mas a mais conhecida é o Negrinho do Pastoreio, outrora passadas de boca a boca, principalmente na região interiorana. Um dos contos apresentados, A Salamanca do Jarau inspirou Érico Veríssimo a escrever algumas partes de sua grande obra, O Tempo e o Vento.


Outros regionalistas foram:
Alcides Castilho Maia (1878 — 1944) foi um jornalista, político, contista, romancista e ensaísta.
Alma bárbara (contos)- 1922 Há na ficção gauchesca de Alcides Maya um sentido gauchesco pleno que abrange aspectos extensos da vida da nossa campanha na transição do século XIX para XX. Há também uma identificação que transfunde ao leitor, envolvendo-o, tornando-o íntimo, pelo sentimento de cenas e costumes da vida pampiana que descreve com sua rara capacidade estética de não só retratar a paisagem da campanha rio-grandense , principalmente os descampados da fronteira, como também captar o que as suas nuances de cor e linha insinuam na alma da gente.


Darcy Azambuja (1901 — 1970) foi um escritor, professor universitário e jurista.
No galpão (contos) - 1925 Foi a primeira obra literária escrita por Azambuja e a primeira a receber o Prêmio de Contos da Academia Brasileira de Letras no mesmo ano. Composta por 16 contos, todos tendo como cenário e pano de fundo o Rio Grande do Sul.
O conto que prefacia a obra é “Fogão gaúcho”. A narrativa serve como uma introdução para os demais e se alimenta de um enredo que narra uma noite fria do inverno gaúcho, cuja personagem principal é a velha Silvina, que conta fábulas para as crianças dentro de casa. Enquanto isso, os “peões” contavam casos em um galpão, dando a entender que as histórias que vêm a seguir são fruto da conversa entre os companheiros.





A Livraria do Globo da Rua da Praia

  A escultura de ferro no topo do prédio da Rua dos Andradas (Rua da Praia), talvez continue despercebida devido à pressa dos dias de hoje. ...