Anualmente a Biblioteca Erico Verissimo mantinha atividades voltadas para a divulgação das obras de seu patrono. Naquele ano de 1993, foram organizadas programações durante a semana como forma de dar destaque a sua obra literária. Uma delas foi à execução de uma obra pictórica relativa à literatura de Erico Verissimo. Essa obra foi executada nos dias 17 e 18 de dezembro, no espaço interno da Biblioteca, onde ficou exposta até o ano de 2020.
10 de jan. de 2022
vídeo - Artista Plástico Freddy Sorribas faz homenagem a Erico Verissimo em 1993
Anualmente a Biblioteca Erico Verissimo mantinha atividades voltadas para a divulgação das obras de seu patrono. Naquele ano de 1993, foram organizadas programações durante a semana como forma de dar destaque a sua obra literária. Uma delas foi à execução de uma obra pictórica relativa à literatura de Erico Verissimo. Essa obra foi executada nos dias 17 e 18 de dezembro, no espaço interno da Biblioteca, onde ficou exposta até o ano de 2020.

23 de set. de 2020
Pronunciamento do Deputado Estadual Ruy Carlos Ostermann, autor do projeto de lei nº23/83, que deu nome à Casa de Cultura Mario Quintana ao ex-Majestic Hotel.
Dia 28 de junho de 1983 na Assembleia Legislativa.
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"Sr. Presidente, Srs. Deputados:
Nesta casa se presta, neste momento, a homenagem talvez estranha mas
indispensável à poesia.
Em tempo de extrema dificuldade para a articulação até mesmo das frases,
em tempo de extrema penúria para o conteúdo das frases, em tempo de silêncios,
em tempo em que a palavra não se ouve e ela se cala, me parece que lembrar que
um prédio, da mais bonita e saudosa arquitetura de Porto Alegre, o ex-majestic
Hotel, seja agora transformado em Casa de Cultura e que por iniciativa de um
Projeto de Lei desta Casa possa esta Casa de Cultura denominar-se 'Mario
Quintana', eu penso que se está, sob muitas formas, agradecendo, retribuindo,
devolvendo de algum modo a alegria, a justeza da frase, a capacidade de
embevecimento e, sem dúvida, os valores morais, estéticos e de humanidade de um
Poeta.
Esta Casa tem se caracterizado pela defesa intransigente de fatos
imediatos, dolorosos, cruéis e contundentes. Poucas vezes ela pôde, no
entanto, demorar-se numa atitude, talvez, até surpreendente, para abrigar, na
generosidade, a um Poeta e designar-lhe então um lugar na cidade, na cidade que
ele sempre amou, que ele soube amar nos seus desvios, nas suas esquinas, que
ele soube, sobretudo, amar na sua paisagem humana.
Este homem que solidariamente, durante algum tempo, justificou quase que
a preservação do ex-Majestic Hotel, esse homem que transitava solitário por
aqueles arredores e que lá, certamente escreveu algumas das páginas, alguns dos
versos que hão de ficar na memória, na sensibilidade brasileira, está a merecer
hoje, nesta Casa - e estou fazendo o encaminhamento da votação - um gesto que
eu entendo que é de todos nós, pela forma unânime com que foi acolhido pelos
pareceres favoráveis que recebeu, nós estamos finalmente dando de volta, não
com a generosidade e nem com a grandeza do Poeta, mas com, enfim, a nossa
possibilidade politica, estamos dando de volta alguma coisa desta ampla,
indiscutível, admirável, contínua doação ás pessoas, que é a poesia de Mario
Quintana.
Penso que assim se faz uma pequena justificativa e com isso se justifica
o Projeto, que ora encaminhamos".
A cerimônia de votação, apresentação, pareceres, discursos e leituras
foi assistida por grande número de pessoas e, principalmente, por Mario
Quintana. Após a aprovação, ovacionada por todos, o Poeta subiu à tribuna para
um breve e emocionado pronunciamento que a todos comoveu:
“Aqui estão todas as correntes reunidas em torno da poesia, e é em nome
da poesia que agradeço aos senhores”.
·
KOSLOWSKY SILVA, Liana. Majestic Hotel – Memórias de um Monumento, v46,
p114-115 - 1992

23 de abr. de 2020
Tempo de Mario Quintana
"SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS" ou "O Tempo" - livro Esconderijos do Tempo - 1980
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê,
já são seis horas!
Quando de vê,
já é sexta-feira!
Quando se vê,
já é natal…
Quando se vê,
já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais:
não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
O Tempo e o Vento
Havia uma escada que parava de repente no ar
Havia uma porta que dava para não se sabia o quê
Havia um relógio onde a morte tricotava o tempo
Mas havia um arroio correndo entre os dedos buliçosos dos pés
E pássaros pousados na pauta dos fios do telégrafo
E o vento!
O vento que vinha desde o princípio do mundo
Estava brincando com teus cabelos...
Ah! Os relógios - livro “A Cor do invisível”, 1989.
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna somente por si mesma é dividida:não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados quando alguém - ao voltar a si da vida -acaso lhes indaga que horas são...

A Livraria do Globo da Rua da Praia
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