Anualmente a Biblioteca Erico Verissimo mantinha atividades voltadas para a divulgação das obras de seu patrono. Naquele ano de 1993, foram organizadas programações durante a semana como forma de dar destaque a sua obra literária. Uma delas foi à execução de uma obra pictórica relativa à literatura de Erico Verissimo. Essa obra foi executada nos dias 17 e 18 de dezembro, no espaço interno da Biblioteca, onde ficou exposta até o ano de 2020.
10 de jan. de 2022
vídeo - Artista Plástico Freddy Sorribas faz homenagem a Erico Verissimo em 1993
Anualmente a Biblioteca Erico Verissimo mantinha atividades voltadas para a divulgação das obras de seu patrono. Naquele ano de 1993, foram organizadas programações durante a semana como forma de dar destaque a sua obra literária. Uma delas foi à execução de uma obra pictórica relativa à literatura de Erico Verissimo. Essa obra foi executada nos dias 17 e 18 de dezembro, no espaço interno da Biblioteca, onde ficou exposta até o ano de 2020.
11 de mai. de 2021
Seis escritores latino-americanos que ganharam o Prêmio Nobel de Literatura.
O que é o Prêmio Nobel?
A palavra “Nobel” é uma oxítona, ou seja, a última sílaba é a tônica. Assim, pronuncia-se “Nobél”. O Prêmio Nobel é a mais importante homenagem no meio acadêmico mundial. Os vencedores são modelos na pesquisa científica e na defesa dos direitos do homem. Os prêmios são entregues, anualmente, no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do seu criador, Alfred Nobel.
Alfred Nobel |
O sueco Alfred Nobel foi dono de um gigantesco complexo industrial do século XIX e também um inventor, principalmente no campo de explosivos. Foram mais de 300 invenções – incluindo a dinamite em 1866. Abalado com a utilização militar de seus inventos (chegou a ser chamado de “mercador da morte”), deixou sua fortuna a uma fundação encarregada de premiar aqueles que se destacassem na contribuição para o bem da humanidade e para determinados campos da pesquisa científica.
As categorias do Prêmio Nobel são Paz, Física, Química, Medicina e Literatura.
Latino-americanos vencedores do Nobel da Literatura:
1945 – Gabriela Mistral (Chile) - https://www.ebiografia.com/gabriela_mistral/
1967 – Miguel Ángel Asturias (Guatemala) - https://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_%C3%81ngel_Asturias
1971 – Pablo Neruda (Chile) - https://www.ebiografia.com/pablo_neruda/
1982 – Gabriel García Márquez (Colômbia) - https://www.ebiografia.com/gabriel_marquez/
1990 – Octavio Paz (México) - https://www.ebiografia.com/octavio_paz/
2010 – Mario Vargas Llosa (Peru) - https://www.ebiografia.com/mario_vargas_llosa/
23 de set. de 2020
Pronunciamento do Deputado Estadual Ruy Carlos Ostermann, autor do projeto de lei nº23/83, que deu nome à Casa de Cultura Mario Quintana ao ex-Majestic Hotel.
Dia 28 de junho de 1983 na Assembleia Legislativa.
"Sr. Presidente, Srs. Deputados:
Nesta casa se presta, neste momento, a homenagem talvez estranha mas
indispensável à poesia.
Em tempo de extrema dificuldade para a articulação até mesmo das frases,
em tempo de extrema penúria para o conteúdo das frases, em tempo de silêncios,
em tempo em que a palavra não se ouve e ela se cala, me parece que lembrar que
um prédio, da mais bonita e saudosa arquitetura de Porto Alegre, o ex-majestic
Hotel, seja agora transformado em Casa de Cultura e que por iniciativa de um
Projeto de Lei desta Casa possa esta Casa de Cultura denominar-se 'Mario
Quintana', eu penso que se está, sob muitas formas, agradecendo, retribuindo,
devolvendo de algum modo a alegria, a justeza da frase, a capacidade de
embevecimento e, sem dúvida, os valores morais, estéticos e de humanidade de um
Poeta.
Esta Casa tem se caracterizado pela defesa intransigente de fatos
imediatos, dolorosos, cruéis e contundentes. Poucas vezes ela pôde, no
entanto, demorar-se numa atitude, talvez, até surpreendente, para abrigar, na
generosidade, a um Poeta e designar-lhe então um lugar na cidade, na cidade que
ele sempre amou, que ele soube amar nos seus desvios, nas suas esquinas, que
ele soube, sobretudo, amar na sua paisagem humana.
Este homem que solidariamente, durante algum tempo, justificou quase que
a preservação do ex-Majestic Hotel, esse homem que transitava solitário por
aqueles arredores e que lá, certamente escreveu algumas das páginas, alguns dos
versos que hão de ficar na memória, na sensibilidade brasileira, está a merecer
hoje, nesta Casa - e estou fazendo o encaminhamento da votação - um gesto que
eu entendo que é de todos nós, pela forma unânime com que foi acolhido pelos
pareceres favoráveis que recebeu, nós estamos finalmente dando de volta, não
com a generosidade e nem com a grandeza do Poeta, mas com, enfim, a nossa
possibilidade politica, estamos dando de volta alguma coisa desta ampla,
indiscutível, admirável, contínua doação ás pessoas, que é a poesia de Mario
Quintana.
Penso que assim se faz uma pequena justificativa e com isso se justifica
o Projeto, que ora encaminhamos".
A cerimônia de votação, apresentação, pareceres, discursos e leituras
foi assistida por grande número de pessoas e, principalmente, por Mario
Quintana. Após a aprovação, ovacionada por todos, o Poeta subiu à tribuna para
um breve e emocionado pronunciamento que a todos comoveu:
“Aqui estão todas as correntes reunidas em torno da poesia, e é em nome
da poesia que agradeço aos senhores”.
·
KOSLOWSKY SILVA, Liana. Majestic Hotel – Memórias de um Monumento, v46,
p114-115 - 1992
28 de mai. de 2020
Literatura do Rio Grande do Sul - O Pártenon Literário
Na metade do século XIX, em um período de grande efervescência político-social, causado pelos movimentos republicanos e abolicionistas, ocorreu a fundação da Sociedade Pártenon Literário - na cidade de Porto Alegre, cujo presidente era o autor Caldre e Fião. Tal sociedade reuniu diversos intelectuais rio-grandenses da província de São Pedro que exploraram os mais variados gêneros literários. Os nomes mais importantes foram Caldre e Fião, os irmãos Apolinário, Aquiles e Apeles Porto-Alegre, Carlos Von Koseritz, Lobo da Costa, Hilário Ribeiro, Múcio Teixeira e Luciana de Abreu. O grupo também produziu uma revista, que seria o mais importante veículo de circulação do debate cultural gaúcho do período.
O Pártenon Literário cessou suas atividades literárias por volta de 1896.
Livraria Americana, na Rua da Praia X Rua da Ladeira, era ponto de encontro dos associados no fim do século XIX.
Duas obras do período que pode se destacar:
9 de abr. de 2020
Majestic Hotel - Um tradicional hotel e sua história.
- Horácio Carvalho
Horácio Carvalho |
Horácio Carvalho -(Alegrete, 1860 – Porto Alegre, 1938) tornou-se um comerciante de sucesso, antes mesmo dos anos 1940.
Depois de trazer sal e açúcar do Nordeste, adotou novos empreendimentos, como a importação de cimento e ferro da Alemanha, de outros materiais de construção, além de continuar com os negócios de origem.
Ele comprou, então, extensos terrenos à beira do Guaíba, onde mandou construir trapiches, para ali atracarem navios. Construiu, também, armazéns que tomavam parte da Rua Sete de Setembro, da Rua Júlio de Castilhos e da Siqueira Campos. Em suas viagens à Europa, encantou-se com o bom gosto e a solidez dos prédios que estavam sendo construídos. Como queria, além de sua vida de empresário, revolucionar também a arquitetura da cidade, estendeu sua audácia, desejando um prédio que se destacasse entre os demais, e que fosse reconhecido e identificado ao primeiro olhar.
A potencialidade do setor foi percebida pelo empresário Horácio de Carvalho, homem ligado ao ramo da importação e exportação.
Horácio Carvalho encontrou no jovem arquiteto alemão Theodor Alexander Josef Wiederspahn, o profissional reconhecido, com visão e estilo, que não tinha receio de utilizar novas ideias.
A proposta inicial consistia num edifício com térreo, mais cinco pavimentos e duas alas, uma de cada lado da travessa, ligadas por passarelas suspensas.
- O Arquiteto
Em 27 de maio de 1913, os trâmites da construção começaram por intermédio do processo 1352/13, entrou na Intendência Municipal (Prefeitura) com um pedido de licença para pagamento de impostos referentes à construção do edifício do futuro hotel.
A seguir, o Sr. Horácio Carvalho contratou a firma do engenheiro Rudolf Ahrons, ficando o projeto a cargo de seu mais importante funcionário Theodor Wiederspahn, arquiteto.
O prédio seria implantado num terreno à Rua da Praia, entre as atuais ruas João Manoel e Bento Martins, e cortado pela Travessa Araújo Ribeiro.
O projeto de Theo era belo, novo, impressionante: - dois blocos de cinco andares, separados pela Travessa Araújo Ribeiro e ligados por cima desta, a partir do segundo andar, por passarelas vazadas e sustentadas por pilares.
Primeiro grande edifício de Porto Alegre em que se utilizou concreto armado, foi concebido para ocupar os dois lados da Travessa Araújo Ribeiro. Interligando a construção, grandes passarelas, embasadas por arcadas e, contendo terraços, sacadas e colunas.
O projeto do hotel foi considerado muito ousado para a cidade, pois a idéia das passarelas suspensas sobre a via pública era inédita por aqui.
O início da Primeira Guerra Mundial atrapalhou.
Em 1916, iniciaram as obras do Hotel Majestic.
- O Embargo
Em 1918, é concluindo a primeira parte do edifício, inicialmente administrado por Horácio de Carvalho, passa a funcionar como pensão de boa categoria e abrigar, no salão térreo, a Companhia Sulford de Veículos.
Em 1923, o prédio foi arrendado para aos irmãos espanhóis Jayme, Domingos, Ramon e Pedro Masgrau da empresa Masgrau Irmãos e Cia., que lhe deram o nome de Majestic Hotel.
A administração da parte hoteleira ficou a cargo dos irmãos, e Horácio Carvalho não tinha ingerência sobre ela.
A vida do Hotel Majestic iniciou realmente neste ano, com o arrendamento do prédio, aos imigrantes espanhóis que se estabeleceram no Brasil e ligaram-se ao ramo da importação e exportação.
O hotel foi totalmente reequipado na sua parte interna, tendo sido renovado o mobiliário, cortinas, serviços de mesa, e decoração. Os quartos e os ambientes foram redecorados pela firma Gerdau dando-lhes um impulso e vida nova.
De acordo com Silva (1992) o ambiente do hotel “era sóbrio, elegante e agradável”.
O hotel transformou-se em um marco histórico no desenvolvimento e modernização de Porto Alegre, com uma localização privilegiada, quase às margens do Guaíba que, na época, ia até onde atualmente é a Avenida Mauá.
Um trapiche trazia diretamente os hóspedes ao Hotel.
A partir da década de 1920, o Hotel Majestic, Bem frequentado - famílias do interior que traziam os filhos para estudar na capital, casais de bom poder aquisitivo que ali estabeleciam residência, militares e algumas figuras importantes da política e das artes, o Majestic começa a sua fase áurea e passa a ser o principal concorrente do Grande Hotel, que, sem dúvida, absorvia a clientela mais proeminente, quando Porto Alegre, com pouco mais de cem mil habitantes, sofre processo de desenvolvimento econômico consequente à chegada de grande contingente de imigrantes europeus.
Os novos donos do poder, provenientes do sistema pecuarista-latifundiário, adotavam uma orientação que tendia à modernização do aparato estatal e dos meios de produção, incentivando a ascensão de uma burguesia urbana que conseguira acumular imensos capitais à custa de agricultores educados em seculares relações de submissão. Esses capitais permitiram a estruturação de uma sólida rede bancária que financiava a instalação de numerosas fábricas e um desenvolvimento econômico e social inéditos em Porto Alegre.
Em 1926, foi projetada a ala leste, a segunda parte do projeto, estando localizado, na Rua da Praia, número 54.
Em 1929, depois da obra terminada, constitui-se no maior hotel da cidade com 300 quartos e 310 banheiros, todos com luz e ar diretos, alguns apartamentos especiais para famílias, salão de refeições de 1125m², funcionando no quinto andar, permitia acomodação para 600 pessoas.
O Majestic foi classificado como um hotel modelo e confortável, e foi um marco histórico no desenvolvimento e modernização da cidade. Por ficar nas margens do Guaíba que naquela época ia até a Avenida Mauá, possuía um trapiche que trazia os hóspedes diretamente ao hotel.
Em 1933, o Majestic possuía sete pavimentos na ala leste e cinco na ala oeste. O projeto com passarelas suspensas, arcadas para embasamento das passarelas, sacadas, terraços e colunas foi considerado ousado naquela época, foi também o primeiro edifício onde se utilizou o ‘concreto armado’.
- Interação de Alas
Sua linguagem inspirada nos moldes do século XIX, escondia, entretanto, uma técnica construtiva avançada, transição da arquitetura de paredes autoportante para a de estrutura independente. Possuía caixa externa portante, sem pilares internos, mas com lajes e vigas de concreto armado. Os grandes espaços, formando um sistema de pórticos, foram repartidos originalmente por alvenaria leve e estuque.
O térreo era comercial e os acessos ao hotel davam-se pela Travessa Araújo Ribeiro, bem no centro de cada ala, sob as passarelas centrais. O requintado lobby, de pé-direito alto e marcado por duas grandes colunas revestidas de mármore, tinha ao fundo a escada e os elevadores que desembocavam, a cada pavimento, em um amplo saguão frontal à passarela central, que servia como espaço de convívio.
- As Passarelas de Ligação
O percurso longitudinal-horizontal, introvertido, caracterizava o movimento no pavimento-tipo, em fita dupla, com células habitacionais voltadas para a travessa e serviços de apoio, sanitários coletivos e circulação vertical ao longo das divisas, recortadas por quatro estreitos poços. A disposição das células permitia sua iluminação e ventilação direta, o que constituía exceção numa época em que os quartos de hotéis eram climatizados, em grande parte, através de poços internos.
- O Espaço
A verdadeira chave do projeto era, sem dúvida, a travessa Araújo Ribeiro (hoje travessa dos Cataventos). Ao incorporá-la ao hotel, Theo Wiederspahn criou um espaço ao mesmo tempo aberto e contido, com zonas de expansão e retração, com alternância de alturas e luminosidade; nem tão privado que constituísse uma barreira aos passantes, mas nem tão público que não funcionasse como filtro aos transeuntes da cidade. Sua escala era agradável. As varandas privadas conferiam-lhe um ar familiar, de vizinhança; as passarelas e cúpulas davam-lhe “monumentalidade”
Era o “coração” do hotel, seu centro de convívio e integração.
Os anos 1930 e 1940, no apogeu do Majestic, Porto Alegre dispunha de muitos atrativos, várias companhias de revista por aqui transitavam, seguindo depois para Montevideo e Buenos Aires.
O ambiente sofisticado, com mármores portugueses nas escadarias e nos pisos, os gradis das sacadas, a refinada cozinha e a orquestra tocando todas as noites atraíram hóspedes ilustres, como: - Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha, João Neves da Fontoura, Lindolfo Collor e João Goulart, ou artistas como Francisco Alves, na época o maior cantor do Brasil, e a vedete Virgínia Lane, a preferida do Presidente Getúlio Vargas.
- O Declínio
O caso de uma Época
Nos anos 1950, iniciou-se o processo de desgaste do hotel. A nova administração passou a não selecionar os hóspedes e logo as pessoas de alto poder aquisitivo ou prestígio foram substituídas por caixeiros-viajantes.
O período denominado de "desenvolvimentista" não foi bom para o Majestic, que, vítima da desfiguração que atingiu o centro da maioria das cidades, ainda sofria a concorrência de novos hotéis, com instalações mais modernas e amplas.
Além de tudo, a antiga localização, antes privilegiada, agora era problemática. As elites saíram do centro e foram instalar-se em bairros diferenciados. O centro tornou-se local de serviços diurnos, com um comércio agitado que fechava suas portas à noite, quando a Rua dos Andradas se transformava em local perigoso. As pessoas não viajavam mais nos vapores, o muro da Mauá impedia o acesso livre ao porto e a construção da nova rodoviária proporcionara o surgimento de vários hotéis a sua volta.
Na década de 1960, após sucessivas mudanças administrativas, passou a não selecionar os hóspedes e logo as pessoas de alto poder aquisitivo ou prestígio foram substituídas por lutadores de "cath" e luta livre que substituíram antigos hóspedes, além de solteiros, viúvos, boêmios e poetas solitários como Mario Quintana, que ali hospedou-se de 1968 a 1980, o tradicional estabelecimento passa a funcionar como uma espécie de pensão mensalista, lar de antigos clientes, pequenos funcionários, aposentados, idosos.
Ao final, dos 300 quartos, passou a ter funcionando pouco menos de 100.
Na década de 1970, o edifício foi posto à venda, em dez anos, apenas dois interessados surgiram, os quais desanimaram frente às reais condições do prédio.
- Da pressão popular surge uma Casa de Cultura.
A humanização da área central da cidade também entrou na discussão e vários prédios foram tombados pelos órgãos do patrimônio histórico.
Em 1980, foi anunciado e realizado um leilão com os móveis e utensílios do Hotel Majestic, que hoje encontram-se dispersos e em mãos de particulares.
Em julho de 1980, o prédio foi adquirido pelo Banrisul – Banco do Estado do Rio Grande do Sul, no governo Amaral de Souza. O negócio foi feito para que o governo do Estado pudesse comprá-lo, já que não tinha verba suficiente para o valor real.
Em 29 de dezembro de 1982, o governo do Estado adquiriu o Majestic Hotel do Banrisul.
Em 1983, o Hotel Majestic é tombado pelo Patrimônio Histórico.
A partir de 1983, os prefeitos, propuseram projetos para remodelar a área central e o Majestic foi lembrado nessa movimentação da população pela valorização de sua história. Mas antes disso muito se perdeu.
Em 1983, em seguida, o Majestic foi arrolado como prédio de valor histórico e iniciada sua transformação em Casa de Cultura.
No mesmo ano, através da lei 7803 de 08 de julho, recebeu a denominação de Mário Quintana, passando a fazer parte da Subsecretaria de Cultura do Estado.
Fonte: http://lealevalerosa.blogspot.com/2015/11/hoteis-porto-alegre-antigo-surgimento.html
– MUNDOS
Um elevador lento e de ferragens Belle Époque
me leva ao antepenúltimo andar do Céu,
cheio de espelhos baços e de poltronas como o hall
de qualquer um antigo Grande Hotel,
mas deserto, deliciosamente deserto
de jornais falados e outros fantasmas da TV,
pois só se vê, ali, o que ali se vê
e só se escuta mesmo o que está bem perto:
é um mundo nosso, de tocar com os dedos,
não este — onde a gente nunca está, ao certo,
no lugar em que está o próprio corpo
mas noutra parte, sempre do lado de lá!
não, não este mundo — onde um perfil é paralelo ao outro
e onde nenhum olhar jamais se encontrará…
Mario Quintana, Apontamentos de história sobrenatural
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