Antônio Xerxenesky (Porto Alegre) é um escritor e tradutor brasileiro. É doutor em Teoria literária pela Universidade de São Paulo e mestre em Literatura comparada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi selecionado em 2012 como um dos 20 melhores jovens escritores pela revista britânica Granta. Sua obra mais conhecida é o romance F (Rocco, 2014), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e primeira seleção do Prix Médicis Étranger de melhor livro estrangeiro traduzido ao francês. Xerxenesky foi escritor residente do International Writing Program, na Universidade de Iowa (Estados Unidos), em 2015, e da Fondation Jan Michalski, em Montricher (Suíça), em 2017.
1 de jul. de 2020
Escritores Gaúchos - Dicas Literárias
17 de jun. de 2020
Escritoras Gaúchas - Dicas de leitura
Cíntia Moscovich - Nasceu em Porto Alegre é uma escritora e jornalista, mestre em Teoria Literária e ministrante de oficinas literárias.
Com temáticas variadas, alguns contos desta obra giram em torno da vivência no bairro judeu do Bom Fim, em Porto Alegre - que poderia ser qualquer bairro judeu em qualquer cidade do mundo. Dividido em duas partes, o livro é marcado pela variedade, com diversas situações ligadas a extremos da vida. Transcendendo as marcas de sua origem, a autora experimenta narradores diversos em momentos igualmente diversos - ali está a jovem que sai de casa após a morte do pai para viver uma situação de estranheza.A obra mereceu o terceiro lugar na categoria de contos e crônicas do Prêmio Jabuti de Literatura, além de ser uma das dez finalistas ao Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, e uma das três finalistas à primeira edição do Prêmio Bravo! Prime de Cultura de 2005.
👉Essa Coisa Brilhante que é a Chuva,recebeu o Prêmio Portugal Telecom na categoria conto e o Prêmio Clarice Lispector da Fundação Biblioteca Nacional. O volume que reúne contos inéditos escritos ao longo de seis anos e que teve o patrocínio de Petrobras Cultural e do Ministério da Cultura. Com muita originalidade e impressionante sensibilidade, Cíntia Moscovich aborda temas corriqueiros e inevitáveis: o ciúme do filho pela mãe, a adoção de um cachorro abandonado, um jovem casal às voltas com uma reforma na casa. Valendo-se de muito humor — e da tragédia sempre correspondente —, a autora conseguiu uma reunião de contos tão coesos, e tão divertidos, que mais parecem uma só narrativa, tornando a leitura uma experiência única. Segundo Fabrício Carpinejar, que assina a orelha do volume, “Esse livro é um retrato antológico de Cíntia Moscovich. É quando a gente sabe com quem a gente está falando: estou conversando com o tempo. Estou conversando com o futuro. Estou conversando com o Manual de Literatura de meu neto. Estou conversando com um clássico.Letícia Wierzchowski, nasceu em Porto Alegre, é uma escritora brasileira e roteirista, mais conhecida como a autora de A Casa das Sete Mulheres.
👉Breves histórias que são verdadeiros curtas cinematográficos, cheios de desafios e determinação. Na coletânea Contos de Mentira, as personagens estão em trânsito, suspensas entre um fato e outro, um gesto e outro, uma e outra espera. Dessa suspensão emerge o ser humano sempre solitário, envolto no tempo que passa lentamente sem trazer a possibilidade de redenção ou apenas de acolhimento.
👉A obra Quiçá é protagonizada pelo jovem Arthur, parente do interior, anatematizado pela família, e Clarissa, a solitária prima de 11 anos, boa aluna e boa filha. O primo passa a ser, com o decorrer das semanas, o único olhar a definir e entender Clarissa, ante a discreta desconfiança dos pais da menina, ausentes do seu dia a dia. As cenas fragmentárias do romance revelam vidas descosidas umas das outras: nas relações a dois, nas relações familiares e nas amizades, tudo soa precário. Mesmo a ligação que une Arthur e Clarissa não se dá por inteiro, e alguns segredos desconfortáveis assomam como breves fantasmas ao longo do texto. Uma reunião de Natal, a que toda a família comparece sem vontade, apenas sublinha o esgarçamento do tecido que uma vez os uniu.👉De certa forma, um relacionamento são duas pessoas que se recusam a desistir uma da outra. Duas pessoas igualmente ferradas, claro. É o que escreve Henrique, ou Ike, em cadernos que carrega consigo para todos os lugares. São cadernos em que fala de seu dia a dia, dos amigos, e de sonhos difusos que ele guarda para o futuro. Henrique mora nos subúrbios de Porto Alegre com os pais, e é um garoto que se considera, em todos os aspectos, uma pessoa normal. Está na faculdade, trabalha num posto de gasolina em meio período, tem uma namorada. Fala pouco, é introspectivo, mas cultiva amizades sólidas. Tudo muda quando seu melhor amigo, Gabriel, bate a cabeça num acidente banal e, pouco tempo depois, é hospitalizado em coma. Após uma cirurgia de emergência, não há muito que fazer por ele, dizem os médicos. Apenas esperar. E Ike, os pais de Gabriel, o irmão mais velho e os amigos aguardam o menor sinal de melhora. É então que, perto do Natal, Ike começa a escrever. São cartas em sequência ao amigo, como uma conversa, onde relata o que se passa na ausência do amigo. Para "quando tu acordar", diz ele. "Queria saber quando tu ia acordar, como tu tá, o que tem acontecido, se tem algo que dê pra fazer", escreve Henrique. As cartas são entremeadas por narrativas curtas, que dão a elas uma dimensão adicional: até que ponto Ike sabe realmente o que acontece à sua volta? O que pensam os outros? Luisa Geisler constrói em "Luzes de emergência se acenderão automaticamente" uma narrativa sutil, às vezes entremeada com um humor desconcertante, em outras com passagens cativantes. Ao compor esse mosaico, a autora desenvolve um romance surpreendente, emocional, sobre as incertezas do amadurecimento.
👉Sinuca embaixo d'água é uma história construída em torno de uma ausência. Sete personagens narram um momento de luto, depois que Antônia, uma garota na casa dos vinte anos, morreu num acidente de automóvel. Boa parte dos episódios transcorre no bar do Polaco. Às margens de um lago, os fundos do bar abrigam um salão de sinuca - metade do estabelecimento fica dentro d'água. O local é frequentado por Camilo, irmão rebelde de Antônia, que tinha uma relação especial com a irmã: entre a adoração e o instinto protetor. Sua principal ocupação é montar e desmontar carros antigos. O tímido e doce Bernardo era colega de faculdade de Antônia, com quem ela mantinha um romance platônico. É ele quem vai esboçar uma investigação sobre o acidente: estaria ela embriagada, transtornada por uma briga passional, fugindo, sendo seguida? Bernardo e Camilo não são os únicos a se ocupar dessa ausência. Polaco, a jornalista Helena, o publicitário Gustavo, o vizinho Lucas e o forasteiro Santiago estão todos ligados, entre si e a Antônia, graças a esse acontecimento trágico, que instaura outro tempo, feito de memória, dificuldade de expressão e necessidade de um novo aprendizado.👉Cora e Julia não se falam há alguns anos. A intensa relação do tempo da faculdade acabou de uma maneira estranha, com a partida repentina de Julia para Montreal. Cora, pouco depois, matricula-se em um curso de moda em Paris. Em uma noite de inverno do hemisfério norte, as duas retomam contato e decidem se reencontrar em sua terra natal, o extremo sul do Brasil, para enfim realizarem uma viagem de carro há muito planejada. Nas colônias italianas da serra, na paisagem desolada do pampa, em uma cidade-fantasma no coração do Rio Grande do Sul, o convívio das duas garotas vai se enredando a seu passado em comum e seus conflitos particulares: enquanto Cora precisa lidar com o fato de que seu pai, casado com uma mulher muito mais jovem, vai ter um segundo filho, Julia anda às voltas com um ex-namorado americano e um trauma de infância. Todos nós adorávamos caubóis é uma road novel de um tipo peculiar; as personagens vagam como forasteiras na própria terra onde nasceram, tentando compreender sua identidade. Narrada pela bela e deslocada Cora, essa viagem ganha contornos de sarcasmo, pós-feminismo e drama. É uma jornada que acontece para frente e para trás, entre lembranças dos anos 1990, fragmentos da vida em Paris e a promessa de liberdade que as vastas paisagens do sul do país trazem. Um western cuja heroína usa botas Doc Martens.👉Em seu primeiro livro de não ficção, Carol Bensimon traz textos que colocam em evidência as peculiaridades e as angústias de uma geração que, enquanto aprende a decodificar o mundo, tenta ser compreendida pela que a antecedeu.
6.
Veronica Stigger - é uma escritora gaúcha e doutora em Teoria e Crítica da Arte (USP). Seu primeiro livro, O trágico e outras comédias, foi publicado primeiro em Portugal em 2003, a edição brasileira veio só em 2004. Publicou também Gran cabaret demenzial (2007); Os anões (2010); Opisanie swiata(2013), que venceu o Prêmio Machado de Assis (melhor romance) da Biblioteca Nacional de 2013, o Prêmio São Paulo de 2014, na categoria “melhor estreante acima de 40 anos” e o Prêmio Açorianos de narrativa longa, em 2014; Sul (2016), que venceu o Prêmio Jabuti, na categoria Poesia, em 2017.👉'O Trágico e outras comédias' reafirma o talento e a originalidade de Veronica Stigger, revelados em 2004, quando essa coletânea de genuínos espasmos abdominais foi lançada pela primeira vez no Brasil - o livro havia sido publicado originalmente em Portugal. Em 17 contos, a autora provoca o riso em suas formas mais diversas. Desde a gargalhada franca e monstruosa até o riso frouxo, estranhamente inquietante, seguido por uma tosse triste.👉De narrativa provocante e perturbadora, 'Gran Cabaret Demenzial', da contista gaúcha Veronica Stigger, mostra um erotismo quase escatológico, além da ironia de cunho social e filosófico, onde a violência é tratada com distanciamento patético e humor corrosivo. 'Gran Cabaret Demenzial' traz ilustrações do artista plástico Eduardo Verderame e texto de orelha do crítico e professor João Adolfo Hansen.👉Primeiro romance de Veronica Stigger, Opisanie swiata significa “descrição do mundo” e é como se traduz Il Milione, o livro de viagens de Marco Polo, para o polonês. É justamente como uma espécie de relato de viagens que essa novela se constitui. A história central do livro é a de Opalka, um polonês de cerca de sessenta anos que, em sua terra natal, recebe uma carta por meio da qual descobre que tem um filho no Brasil – mais especificamente, na Amazônia -, internado num hospital em estado grave. O pai decide viajar ao encontro do filho; no início do percurso, conhece Bopp, um turista brasileiro que, ao tomar conhecimento das razões da viagem de Opalka, resolve abandonar seu giro pela Europa para acompanhá-lo ao Brasil.Finalista do Prêmio Portugal Telecom 2014, Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2014 Cosac Naify
7.
Eliane Brum - é uma escritora, nascida em Ijuí, formada em Jornalismo (PUC-RS) e documentarista premiada. Trabalhou em jornais, como Zero Hora e Época, e hoje mantém uma coluna no jornal El País. Suas notáveis obras são: o livro de crônicas/reportagens A vida que ninguém vê (2006), vencedor do Prêmio Jabuti de Reportagem em 2007; O Olho da Rua (2008), também de crônicas; o romance Uma Duas (2011); A Menina Quebrada (2014), vendedor do Prêmio Açorianos, o qual reúne 64 de suas colunas escritas no site da revista Época.👉Uma repórter em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebridades. Uma cronista à procura do extraordinário contido em cada vida anônima. Uma escritora que mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns. O mendigo que jamais pediu coisa alguma. O carregador de malas do aeroporto que nunca voou. O macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja. O álbum de fotografias atirado no lixo que começa com uma moça de família e termina com uma corista. O homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade. Essas fascinantes histórias da vida real fizeram formam uma obra que emociona pela sensibilidade da prosa de Eliane Brum e pela agudeza do olhar que a repórter imprime aos seus personagens – todos eles tão extraordinariamente reais que parecem saídos de um livro de ficção.➡️ Esta obra apresenta 14 contos sobre temas como a velhice, a solidão, a infância, a morte. Algumas histórias são tristes e outras, cheias de ternura. As ilustrações de Aline Daka procuram traduzir a delicadeza e o caráter mágico dos textos.
9.
Natália Borges Polesso - A escritora gaúcha Natália Borges Polesso é mestra em Letras (USC)e doutoranda em Teoria da Literatura na PUCRS. Estreou na literatura com o livro de contos Recortes para álbum de fotografia sem gente(2013), que no mesmo ano venceu o Prêmio Açorianos. Publicou também Coração à corda (2015) também da tirinha tosca A escritora incompreendida, publicada apenas na internet e Amora (2016), o qual venceu o Jabuti, na categoria contos, em 2016.A Livraria do Globo da Rua da Praia
A escultura de ferro no topo do prédio da Rua dos Andradas (Rua da Praia), talvez continue despercebida devido à pressa dos dias de hoje. ...
-
Gosta de cartas e literatura? Então você não pode perder a ação que preparamos na biblioteca durante os meses de setembro e outubro! A...
-
Estreamos a coluna Porto Alegre Literária apresentando a Verborhagia : revista eletrônica de literatura que prioriza escritores inde...