11 de set. de 2014

Cartas a personagens literários

Gosta de cartas e literatura?
Então você não pode perder a ação que preparamos na biblioteca durante os meses de setembro e outubro!
A seguir você poderá conferir todas as informações para participar.





A ação foi inspirada no blog Letters with character, que reúne cartas de pessoas reais escritas para personagens literários.
Apresentamos traduções de algumas cartas publicadas no blog. Inspire-se para nos escrever a sua! 


Jorge Luis Borges | "A biblioteca de Babel" | 1941


Querido narrador,


Eu encontrei o livro que você estava procurando. 

Você pode retirá-lo no balcão de informações quando estiver saindo.

Agradeço sua paciência.


Sinceramente,
Charles London

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Marcel Proust | Em busca do tempo perdido | 1913-1927

Querido narrador,


Eu confesso estar constrangida por lhe escrever em inglês. Esta não é o seu, tampouco o meu idioma nativo. E é também um idioma que não domino perfeitamente. No entanto, o que tenho a dizer é bem fácil. Eu te amo. Je t'aime. Ti amo.



Suponho que eu não seja o seu tipo. Não sou nenhum Gilberte ou uma Albertine. Mas eu não ligo, narrador. Meu amor por você é o mais puro. É o amor perfeito que não pode ser experienciado em nenhum lugar, a não ser em nossas mentes. É o amor por um homem cuja sensibilidade eu considero tão similar à minha que quando leio suas palavras posso me imaginar as escrevendo. O amor por uma imagem no espelho. O amor que nos faz sofrer todo o tempo em que sentimos saudade de um amante e a promessa de uma impossível, perfeita união. Sinto sua falta em todo os amantes que perdi, meu querido narrador.


Para sempre sua,
Elisa Caldarola
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Jack Kerouac | Na estrada | 1957


Caro Sal,

Arranje um emprego.



Sinceramente,

Glen Binger

P.S. Diga a Dean para me devolver meus trinta dólares, aquele filho da mãe mentiroso.

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Albert Camus | O estrangeiro | 1942


Meursault,


Estive me esforçando para compreender seu personagem e sua crença no absurdo desde que terminei de ler sobre você. Só posso dizer que isso tem sido em vão. Talvez eu seja muito sensível, muito emotivo para aceitar que a vida não tem sentido. Estou mais disposta a acreditar que existe um sentido para tudo o que acontece aqui do que  a acreditar que não há. Isso provavelmente não faz nenhum sentido para você mas, novamente, você não faz nenhum sentido para mim. Vou deixá-lo agora.



Saudações,

Anjanie Pandey

3 comentários:

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